Léo Lins, 38, entrou em nova polêmica no programa "Pânico", transmitido pela rádio Joven Pan e também pelo YouTube, que foi ao ar na última terça-feira (17). O humorista comparou o movimento que judeus fazem diante do Muro das Lamentações, em Jerusalém, lugar sagrado para os seguidores do judaísmo, com o gestual de autistas.
"Fiquei preocupado em não poder fazer nenhuma característica do autista quando fui a Israel. Cheguei lá e vi um monte de judeus balançando e falei 'vão ter que cancelar os judeus', Hitler até tentou". Diante do ocorrido, a Fierj (Federação Israelita do Rio de Janeiro) compartilhou em suas redes sociais nesta sexta-feira (20) que abriu processo contra Lins.
À reportagem, o advogado da Fierj, Ary Bergher, reforçou que Lins já fez piadas ofensivas contra judeus em outras ocasiões e que a liberdade de expressão não pode ser usada para ofender e oprimir. "Leo Lins é um reincidente. Não posso por conta da liberdade da expressão incitar pessoas a praticar a discriminação, a pregar o ódio, a morte, ensinar como explodir uma casa. A liberdade de expressão é limitada", pontuou o advogado, que foi além, comparando as atitudes do humorista com atos praticados pelo líder nazista Adolf Hitler.
Léo Lins pede desculpas após polêmica sobre autismo
"Sob o manto de fazer piada, ele incute subliminarmente a discriminação racial e com os mesmos parâmetros e iniciativas que foram utilizados por Adolf Hitler, tanto que quando Hitler inicia o genocídio, começa pelos deficiente mentais", disse Bergher, lembrando que durante a Segunda Guerra pessoas com problemas mentais estavam entre as primeiras a serem executadas pelo regime nazista.
Em vídeo de uma apresentação compartilhada por Léo Lins em sua página no YouTube no dia 13 de novembro, o humorista diz que "subir a conta de luz no Rio de Janeiro no verão é o mesmo que subir a conta de gás na Segunda Guerra". Ele continua, dizendo ter feito show na Alemanha e que o cinzeiro era assento preferencial para judeus no país. "Era pequeninho, mas cabia uns dezoito". A brincadeira faz alusão a judeus mortos na câmara de gás e que em seguida tinham os corpos incinerados durante a Segunda Guerra. Para Bergher, isso mostra que não é a primeira vez que o humorista faz esse tipo de piada.
"Léo Lins atinge de forma cruel, é covarde. Ele traveste o humor com a intenção de compelir a quem o assiste a difundir as ideia de eugenia de Hitler. Isso é muito grave, muito perigoso. Há limites e hoje em dia a conscientização das pessoas é muito maior. Se não há interrupção desse tipo de ataques, violências e excessos verbais, isso é encampado pela sociedade", disse o advogado.
Bergher afirma ainda que espera que o processo termine com o encarceramento do humorista. "Não há interesse em indenização ou econômico. Queremos a prisão dele". Ele reforçou que tal comportamento deve ser exemplarmente punido. "Foi uma violência inominável, porque a pessoa não tem como se proteger e estimula que vejam judeus como autistas, e ambos como uma sub-raça desprezível", concluiu.
Procurado, Léo Lins não se manifestou até a publicação deste conteúdo.
Lins, recentemente se desculpou junto com a namorada, Aline Mineiro, por ter feito piada com autistas. "Às pessoas que vieram educadamente, aos familiares de autistas, aos autistas, desculpa. Às pessoas que vieram com agressividade, os torturadores digitais, às pessoas que exigiram um pedido de desculpas para o seu ego, eu sugiro terapia", falou em setembro ao se retratar.
O humorista também já foi acusado de gordofobia pela modelo Bia Gremion que fez um boletim de ocorrência contra ele. Tudo começou quando Lins publicou uma foto dela de lingerie abraçada ao namorado, o fotógrafo Lorenzo Magnaboschi, com uma inscrição da frase "tudo bem ser maior que seu parceiro". Na legenda, ele escreveu: "Chamei sua atencao? Que bom, rola pro lado". Ao lado, ele dava informações sobre um show de stand up dele.
Com mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e 590 mil no YouTube, Léo ficou nacionalmente conhecido ao participar do The Noite (SBT). O carioca, que se intitula como Rei do Humor Negro, começou na vida artística atrás das câmeras, como redator do Legendários (RecordTV).
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