Raphael Andrade leva performances amazônicas a seis países da Europa

O artista e pesquisador paraense Raphael Andrade inicia uma nova fase de circulação internacional com uma série de performances em seis países da Europa: Itália, Vaticano, Grécia, Portugal, Espanha e França. As atividades integram sua pesquisa de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Pará (PPGArtes/UFPA).

A investigação de Raphael analisa práticas devocionais e aspectos simbólicos ligados a Santo Antônio, tratado em seu estudo como figura de referência transatlântica. Parte do trabalho é desenvolvida também na Universidade de Lisboa e na Universidade Paris 8, onde o pesquisador aprofunda relações entre arte, religiosidade popular e debates contemporâneos.

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As performances serão realizadas em igrejas, museus, praças, ruínas e espaços urbanos. Nessas ações, Raphael utiliza fitas de pedidos distribuídas ao público, elemento que integra o rito e estabelece interação direta com os espectadores. O artista também incorpora o hábito franciscano como parte do processo performativo.

Segundo Raphael, a proposta busca examinar como expressões amazônicas e afro-diaspóricas dialogam com centros europeus de patrimônio e práticas culturais. A interação do público, ao receber e devolver as fitas, compõe o desenvolvimento da obra, ampliando o caráter ritual da ação.

A circulação internacional inclui reflexões sobre as presenças de Santo Antônio em diferentes regiões. Em Portugal e na Itália, o santo é referência de tradição religiosa. No Brasil, especialmente na Amazônia e no Nordeste, é associado a práticas populares influenciadas por matrizes afro-indígenas. Em territórios africanos de influência luso-atlântica, como Angola e Cabo Verde, aparece na figura de Toni Malau.

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Raphael afirma que levar a performance à Europa permite observar como o imaginário amazônico se desloca por outros territórios. Ele destaca que esse movimento também retorna ao Brasil: a obra será apresentada novamente em Belém em junho de 2026, etapa que, segundo o artista, reconecta a pesquisa às origens culturais que estruturam sua criação.