Composta de cinco episódios, a série conta com a apresentação de Léo Aquino, que também assina a produção, a reportagem e o roteiro. Formado pela Universidade Federal do Pará (UFPA), o jornalista trabalha desde 2011 na equipe de esportes da TV Globo em Pernambuco e não é novato no formato de podcast jornalístico. Tem no currículo a produção e apresentação do podcast “Rivaldo Confidencial”, que aborda a trajetória do jogador de futebol Rivaldo, disponível no Globoplay.
O “desvio” do jornalismo esportivo, área em que atua desde o início da carreira, e o interesse maior pela área científica, veio por influência da esposa, Janaína Versiani dos Anjos, que fez a consultoria científica da série. “Sou casado com uma cientista, que é professora do Departamento de Química da UFPE e a gente sempre conversava sobre interesses em comum. Outra coisa que despertou meu interesse é que gosto muito de trabalhar com áudio e a gente conseguiu financiamento para desenvolver a série a partir da aprovação de um edital do Instituto Serrapilheira, que é uma organização privada sem fins lucrativos e trabalha com financiamento de projetos de divulgação científica”, diz.
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No ano passado, o Instituto divulgou o edital e o casal uniu o conhecimento da cientista à expertise do jornalista. Esse período abrangeu boa parte da produção, com a realização de entrevistas, pesquisas e ainda um treinamento proporcionado pela instituição com pessoas que já produzem podcasts de ciência. “Desde então, comecei a pesquisar o assunto em jornais, reportagens, artigos científicos pra gente ter um domínio maior do assunto. Eu trabalhei onze meses na produção, contando de junho a maio deste ano, e agora terminei de escrever os roteiros que estavam pendentes”.
A intenção, diz o jornalista, é abrir o debate. “Espero que as pessoas escutem o podcast, assim como quero contribuir de forma relevante para o debate, que costuma ser enviesado sobre o uso de substâncias, no qual há o predomínio de uma visão meio policial, de que o uso tem que ser coibido pelos aparatos de segurança do Estado. E quando a pessoa faz uso da substância, geralmente é criminalizada. A gente quer trazer um debate com a complexidade que o assunto tem, principalmente porque quem consome os opioides, em geral, são pessoas que estão atrás da cura para uma dor física. São vários caminhos até o abuso de substâncias. Como os opioides podem ter como porta de entrada a dor física, que é uma sensação universal, a gente procurou trazer uma abordagem menos enviesada nesse sentido”, justifica Léo Aquino, para quem a imprensa, em algum grau, contribui para uma análise comumente mais restrita do tema.
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“Então eu quero propor um posicionamento diferente. Com informações e dados, a gente consegue traçar um retrato mais fiel possível da realidade futura. Antes, a minha percepção sobre o assunto era meio alarmista, mas com essa produção, além da pesquisa e das entrevistas, percebi que não é bem assim, porque a gente tem um deserto de dados sobre opioides, que também são pouco consistentes para se tratar sobre tendências de consumo. Portanto, ainda é muito difícil fazer um retrato desse panorama no Brasil. É possível, apenas opinar que não vamos espelhar uma situação como a dos Estados Unidos, justamente por conta do sistema regulatório e da restrição do acesso a essas substâncias que temos por aqui”, analisa o jornalista.
O novo trabalho tem episódios gravados que serão disponibilizados semanalmente, sempre às quartas-feiras, até 10 de julho. “São episódios de uma hora cada um. Cada episódio tem um pedacinho de cada uma dessas entrevistas, que são fontes acadêmicas, assim como de pessoas que de alguma forma tiveram a sua vida tocada pelos opioides”, explica o jornalista.
OUÇA
- “Torpor” - podcast audiodocumental
- Produção, reportagem e apresentação: Leonardo Aquino
- Consultoria científica: Janaína Versiani
- Lançamento: 12/06 (quarta-feira), desde a zero hora.
- Episódios: Semanalmente, às quartas-feiras.
- Onde: no site www.torpor.com.br e em todas as plataformas digitais de áudio.
- Redes sociais @torpor_podcast
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