Palhaço Alecrim: um ícone na história da TV paraense

O palhaço é um personagem que ajudou na consolidação da TV como um fenômeno de comunicação de massa no Brasil. Desde 1950, já no nascimento da televisão no país, os primeiros palhaços já conquistavam seu espaço na programação voltada para o público infantil.

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Entre os pioneiros, estão a dupla Fuzarca (Albano Pereira) e Torresmo (Brasil José Carlos Queirolo), que comandava o programa “Dois Malucos na TV”, na TV Tupi de São Paulo; o palhaço Piolin (Abelardo Pinto) e o inesquecível Carequinha (George Savalla Gomes), com seu parceiro Fred (Fred Villar), que atuavam nas emissoras de TV do Rio de Janeiro. Arrelia (Waldemar Seyssel) e Pimentinha (Walter Seyssel, primo de Arrelia) também estrearam na TV em meados da década de 1950.

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Em Belém, os programas infantis comandados por palhaços também marcaram época e sobrevivem na memória de quem era criança nos anos 1970. Um nome, em especial, provoca aquela nostalgia gostosa das matinês do programa "O Clube do Garoto".

No entanto, tudo começou na década de 1960, quando a TV Marajoara colocou no ar o programa "Aí Vem o Circo", que tinha como apresentadores os palhaços Nequinho e Pimpão, com produção de Raimundo Mário Sobral. Após a saída de Pimpão, que precisou se ausentar de Belém durante um longo período, surgiu a oportunidade para Erasto Gurgel Banhos assumir o posto de "escada", preparando as piadas para Nequinho.

O nome escolhido para o novo palhaço foi uma homenagem que Banhos quis fazer ao bairro do Alecrim, em Natal, no Rio Grande do Norte, onde a mãe dele morava, na época. Surgiu assim o palhaço Alecrim da Beira D'água ou simplesmente Alecrim.

A dupla com Nequinho deu tão certo que, segundo depoimentos do próprio Alecrim, os dois sequer precisavam ensaiar antes de entrar no ar. Depois de seis anos trabalhando juntos, porém, Nequinho caiu doente de uma hora para outra e em menos de uma semana morreu vítima de meningite.

Sem o colega de palco, Alecrim decidiu seguir carreira solo. Ele também implementou uma mudança no programa. A partir de então, não faria mais brincadeiras para as crianças, mas com elas. "É do Remo ou do Paysandu?", perguntava no momento de dividir a meninada em equipes para as disputas que valiam um pacote de bombons para os vencedores. “Ó secretária, traz aqui um quilo de bombom pro menino", dizia ao final da brincadeira.

Fórmula que seria mantida nas atrações que ele comandaria até o fim da carreira, "Vesperal Alegre", "Clube do Garoto" e "Alecrim ao Vivo", antes de formar a célebre dupla com Carequinha, com quem divide o recorde mundial de duas mil apresentações consecutivas para crianças na mesma emissora de TV.