Prestes a completar 110 anos de fundação, em abril, o Cinema Olympia continua de portas fechadas ao público, após dois anos desde que as atividades foram paralisadas para obras na sua estrutura. Uma situação que começa a incomodar o público cinéfilo e que desaguou em cobranças públicas nas redes sociais. E as respostas não são agradáveis. Segundo a Prefeitura Municipal de Belém, responsável pelo espaço, não há nenhuma previsão para a reabertura da – até então – sala de cinema mais antiga ainda em funcionamento no Brasil.
De acordo com o presidente da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), Michel Pinho, há um esforço, no entanto, para que isso ocorra o mais rápido possível. “Desde janeiro do ano passado, a gente vem acompanhando a situação do Cine Olympia. No ano passado, não foi possível fazer nenhuma reforma porque é preciso um laudo técnico e para isso é necessária a realização de visitas técnicas. Em janeiro deste ano, nós fizemos isolamento da área superior para garantir a segurança das pessoas. A gente está se esforçando ao máximo para que o Olympia seja reaberto o mais rápido possível”, diz.
"Teu c#", diz pastora após um culto em igreja no Pará
Simony revela detalhes de chifrão de cantor com Carla Perez
A dificuldade tem sido garantir recursos para tanto, ainda que as primeiras reformas previstas sejam “apenas emergenciais”, nas palavras de Michel Pinho. “A reforma que precisa ser feita é emergencial para que o cinema seja reaberto. Temos ali forro descolado, uso de material de compensado que requer pintura, além de precisar de uma refrigeração adequada. Não tinha ainda nenhum orçamento previsto para a execução desse projeto. E por esse motivo, não tenho o valor das obras em mãos porque a ordem de serviço não está feita”, informa.
Segundo Pinho, assim como em outros setores, os planejamentos da Fumbel desde o ano passado foram atropelados pela pandemia, com a necessidade de realocar recursos do órgão para o combate à covid. “É importante dizer que não foi só a Fumbel que foi sacrificada financeiramente, mas diversas instituições passaram por isso. No ano passado, os recursos da prefeitura foram destinados à vacinação contra a covid-19. A Fumbel não teve condições para tratar do assunto [o cinema]. Este ano, os laudos estão sendo feitos para que a ordem de serviço seja executada ainda no primeiro semestre”, garante.
O ritmo segue a passos lentos desde antes. Em 2019, ainda na administração de Zenaldo Coutinho, a Prefeitura de Belém, por meio da Fumbel, relatou ao DIÁRIO que equipes estavam realizando visitas técnicas e análise da infraestrutura do Olympia, como passo preliminar para revitalização.
A mesma Fumbel divulgou em seu canal oficial de notícias, a Agência Belém, em abril de 2020, último ano da administração de Zenaldo, estar na fase final do processo de licitação para o restauro do cinema, com financiamento junto ao PAC das Cidades Históricas/Iphan, e projeto da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), no valor de cerca de R$ 50 milhões. Esse valor seria viabilizado também por meio de parcerias com instituições como a Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Governo do Estado, e também por meio de financiamentos de instituições financeiras como a Caixa Econômica e o Banco do Brasil, além da iniciativa privada.
Ainda conforme o portal Agência Belém, além do Olympia, outras construções estavam inseridas no PAC, com mais de dez ações de preservação sob a guarda da Prefeitura de Belém, por meio da Fumbel: o Palácio Antônio Lemos/Museu de Arte de Belém (Mabe), o Mercado do Ver-o-Peso, as praças D. Pedro II, do Relógio, Visconde do Rio Branco e do Carmo, o Cemitério da Soledade, o Palacete Bolonha, a antiga sede da Fumbel, e a feira do Ver-o-Peso.
Mas na última semana, a Fumbel respondeu ao questionamento da reportagem basicamente com a mesma informação lá de 2019. Em nota, o órgão informou que “o Departamento de Patrimônio Histórico (DEPH) está realizando visitas técnicas e análise da infraestrutura do Cine Olympia, com o objetivo de elaborar um relatório final para apontar as reformas emergenciais a serem feitas no local. Em breve, notícias sobre futuras reformas serão dadas à população”, dizia o texto.
Michel Pinho diz que não tem conhecimento de nenhum relatório feito antes. “Não posso responder pela gestão de 2019. O que posso dizer é que em 2021, fizemos levantamento da situação, mas não recebemos nenhum relatório anterior. ”
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar