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SAÚDE

Mulher: quando ir ao ginecologista pela primeira vez?

Dados da Febrasgo apontam que cerca de 20% das mulheres brasileiras acima dos 16 anos não vão ao ginecologista com regularidade.

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Imagem ilustrativa da notícia Mulher: quando ir ao ginecologista pela primeira vez? camera A ginecologista do Hapvida NotreDame Intermédica, Yara Caldato. | Divulgação

Segundo dados das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), cerca de 20% das mulheres brasileiras acima dos 16 anos não vão ao ginecologista com regularidade. De acordo com a pesquisa, dentre as principais razões estão: considerar-se saudável (31%), mesmo sem ter passado por qualquer avaliação, e não achar importante ou necessário (22%). Esse levantamento evidencia que há a total falta de informação por parte do público feminino, que desconhece a importância de manter uma rotina de consultas ginecológicas, mesmo sem motivo aparente, levando a mulher a procurar o profissional somente em casos de gravidez, doenças ou incômodos em geral.

Além desses fatores, há um grande tabu que também impede a ida precoce ao ginecologista. “O grande receio é a vergonha. A menina não sabe o que falar durante a consulta, até mesmo por falta de orientação dos pais, muitas vezes ainda não conhece o próprio corpo, tem medo de ser examinada. Mas é algo que precisa ser conversado desde cedo no berço da família. Até porque essa menina vai receber informações inadequadas de fora, seja na escola com suas colegas de turma, ou em qualquer outro lugar. Então, é muito importante essa quebra de tabus durante essa transição da infância para a adolescência”, explica a ginecologista do Hapvida NotreDame Intermédica, Yara Caldato.

O médico ginecológico é o profissional que vai acompanhar a mulher durante toda a sua vida, desde a primeira menstruação à menopausa. Yara comenta que a primeira consulta com o ginecologista precisa acontecer antes mesmo da primeira menstruação. “Essa ida ao especialista deve ser em torno dos 10 ou 12 anos da menina, onde será criado um vínculo com a paciente e onde vai ser explicado todas as mudanças que vão ocorrer, tanto a nível físico quanto emocional. Dúvidas vão ser esclarecidas, principalmente, sobre ciclo menstrual, que tipo de absorvente usar, métodos contraceptivos e etc, levando-a a entender que tudo isso se trata de um cuidado com ela mesma”.

A especialista informa que essa primeira consulta com o ginecologista funciona como um acolhimento dessa paciente. “Muitas vezes, não é necessário realizar o exame físico, exceto é claro, em decorrência de alguma queixa como corrimento, dor, ou outro sintoma, até porque a paciente precisa criar esse vínculo com o profissional, ser bem acolhida. Essa consulta vai esclarecer o que é e o que não é normal no corpo e o que pode ser feito para melhorar, assim como na prevenção de futuras doenças”.

Ainda segundo a médica, a ida ao ginecologista deve acontecer pelo menos uma vez ao ano. “É quando serão feitos os exames de rastreio nessa paciente, como exames de câncer de colo de útero, de câncer de mama, ou qualquer outra patologia que venha apresentar. Se caso essa paciente estiver em tratamento de alterações de ciclo menstrual ou reposição hormonal, as idas tendem a ser mais frequentes. Vale ressaltar, também, que um dos exames mais comuns utilizados durante essa rotina ginecológica é o do preventivo, mais conhecido como papanicolau, muito utilizado na prevenção do câncer de colo uterino. A recomendação é que toda paciente que tenha uma vida sexual ativa, a partir dos 24 anos, deve fazer esse exame, recomenda.

A gerente de RH, Sharon Menezes, conta que acompanhou sua filha mais velha durante a sua primeira consulta ao ginecologista. "Na época ela tinha por volta dos 17 anos. Lembro que perguntei se ela queria que eu ficasse na sala para que ela pudesse ficar mais à vontade para conversar com a médica e ela disse que não tinha problema e a consulta ocorreu tranquilamente".

Sharon relata que procura conversar com suas duas filhas para que os tabus envolvendo a saúde da mulher e consultas ginecológicas sejam quebrados, mas confessa que apesar disso ainda é difícil. "Eu procuro passar algumas informações pra elas, tento conversar e ela também me procuram pra falar certas coisas, mas vejo que ainda há uma resistência muito grande, uma falta de liberdade pra falar sobre determinados assuntos".

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