Escrever uma redação envolvente e pontuada é uma habilidade crucial para o sucesso em exames como o ENEM e nos concursos públicos. A avaliação permite a identificação de habilidades e ideias que candidatos podem ter sobre determinado assunto. Mas não basta somente escrever bem, é preciso adotar técnicas de argumentação que valorizem os textos e ajudem a alcançar pontuações elevadas e, consequentemente, a aprovação nos processos seletivos.
A professora e mestra em estudos linguísticos, Treicy Castro, explica que o mais importante é que o aluno (a) ou candidato (a), tenha o domínio do texto dissertativo argumentativo. “Esse é um texto em que a gente estabelece uma opinião acerca de uma temática. Geralmente, uma problemática da sociedade em que a gente precisa estabelecer um ponto de vista. Essa opinião deve ser crítica e reflexiva. Então o candidato precisa dominar as demandas”, diz.
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Durante a escrita, a professora lembra que é importante sustentar a opinião por meio dos argumentos, que seriam as justificativas usadas para defender o ponto de vista, podendo ser chamado ainda de tese. “Esses argumentos precisam estar atrelados a comprovações, ou seja, um bom argumento que se mostra crítico está vinculado a uma comprovação de um dado, de uma pesquisa, um livro ou repertório sócio cultural ideológico que a gente percebe como algo produtivo”, detalha.
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INTRODUÇÕES
Treicy Castro também explica como os candidatos podem construir introduções atrativas aos avaliadores. “Quando a gente pensa em uma introdução perfeita, tenho alguns elementos chave para construí-la. O primeiro elemento é a apresentação do tema. Eu preciso de cara, situar o leitor acerca da temática que eu estou dissertando. No passado o Enem trouxe várias palavras-chaves. Então qual seria as palavras que acho mais importantes neste tema? Essas já devem vir lá no início da minha introdução”, destaca. Ainda falando sobre a parte introdutória de uma redação, a professora diz que é interessante também que o aluno use a estratégia de conectar a apresentação do tema em si, com as palavras-chaves.
O tangenciamento de propostas de temas está entre os erros mais comuns cometidos pelos candidatos na hora de escreverem as suas redações, afirma a especialista. “Tangenciar o tema é você ficar à margem da linha da discussão, quando você fala sobre o tema de forma muito superficial. No ano passado, no Enem, por exemplo, houve muito tangenciamento porque as pessoas não focaram na palavra ‘invisibilidade’ ou não focaram na questão do trabalho. Falaram sobre desigualdade de gênero, mas não falaram sobre a relação do trabalho e dessa invisibilidade”, observa.
Entre outros erros comuns também estão os desvios normativos, acentuação, concordância, regência e uso da crase; “Infelizmente, muita gente não sabe usar devidamente o acento grávida e as pontuações. Os erros normativos também estão sempre presentes quando falamos de Enem. Muita gente não detalha a proposta de intervenção social que é uma exigência e obrigatório para você atingir a nota máxima na competência 5 do exame”, revela a professora.
Tenha um bom repertório sociocultural
Ter um bom repertório na hora de construir textos também é crucial. “Temos várias alternativas para construir esse repertório sociocultural, ideológico e produtivo. Estamos diretamente vivenciando os problemas que por vezes dissertamos. Uma forma legal de ampliar esse repertório é registrar. Se eu estou assistindo uma série, um filme ou lendo uma obra literária, eu faço o registro dessas problemáticas que estão ali presentes em um caderninho e a partir disso, treinar nos meus textos”, orienta a professora.
Outra forma de se preparar é ficar antenado em temas que estão sendo discutidos, como aqueles mais sociais e que giram em torno de problemáticas atuais. “É preciso escrevê-los e claro, ter uma avaliação, uma correção, um feedback é essencial para que o aluno possa evoluir na escrita. Não adianta você escrever muitos textos de não ter esse diálogo com professores, por exemplo. Porque é a partir desse diálogo que você vai amadurecendo”.
“O aluno não será nota 1000 ou excelente, se ele não tem uma visão de mundo crítica. Por mais que ele tenha excelente repertório, se ele não se posicionar criticamente a argumentação vai ficar no senso comum. É preciso sempre olhar para a temática/problema, a partir de um olhar crítico. E isso se dá justamente, por meio dessa preparação e olhar atento às nossas causas sociais”, pontuou a especialista. Esse exercício de preparação deve começar desde o início do ano. A escrita tem que ser contínua e com o feedback”, reforça Treicy.
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