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OPINIÃO

Gerson Nogueira: os caminhos da redenção do futebol do Pará

Após quase duas décadas, Pará terá dois clubes na Série B em 2025, mas gestão e planejamento ainda preocupam especialistas e torcedores de Remo e Paysandu.

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Imagem ilustrativa da notícia Gerson Nogueira: os caminhos da redenção do futebol do Pará camera Após 19 anos, Remo e Paysandu vão disputar a Série B juntos. | Jorge Luís Totti/Paysandu

O futebol do Pará conseguiu nos dois últimos anos, até de forma espantosa, retomar a posição de protagonismo na Região Norte. Isso não ocorria, com clareza, desde o período dourado do início deste século, quando o PSC conquistou a Série B 2001, a Copa Norte, a Copa dos Campeões 2022 e participou da Taça Libertadores em 2003. Dois anos depois, o Remo conquistou o título brasileiro da Série C.

Quando me refiro com espanto a esse momento especial é porque nada rigorosamente indicava esse desfecho, nada de relevante ou organizado apontava nessa direção. Por obra de muito esforço, e também de boa dose de sorte, o Pará terá dois clubes na Série B 2025.

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Esse fato excepcionalmente bom não acontecia há quase 20 anos – a última participação dupla ocorreu em 2006, ainda dentro da fase de conquistas que marcou o começo do século 21. O clássico Re-Pa será novamente uma atração nacional, agora no palco adequado, o novo Mangueirão.

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Que não se subestime o papel da sorte nisso tudo. Em 2023, o PSC obteve o acesso após uma campanha inicial sofrível, que chegou a flertar com o rebaixamento. A mudança de rumo veio com a contratação de Hélio dos Anjos, que conseguiu fazer o time reagir e partir para o acesso.

Neste ano, o Remo avançou quase repetindo a trajetória do rival. Decepcionou nas primeiras rodadas e só engrenou com a chegada de Rodrigo Santana. A partir da adoção de um novo modelo de jogo, o time subiu de produção e alcançou a classificação para a Segunda Divisão.

Nos dois exemplos, infelizmente nada reflete bom planejamento, ideias modernas e ousadia de gestão. Pelo contrário. Os dois velhos rivais abusaram, outra vez, do excesso de erros nas contratações de jogadores e pecaram na avaliação de cenário para manter técnicos.

As próprias torcidas não acreditavam em suas equipes. Isto vale também para a confusa campanha do PSC na Série B 2024. Começou mal, melhorou por algumas rodadas, piorou de novo e ficou 9 rodadas sem vencer. Isso motivou a troca de Hélio dos Anjos por Márcio Fernandes.

Desacreditado, Márcio terminou por cumprir bem a missão de recuperação, conquistando seis vitórias, fundamentais para assegurar a permanência, não sem passar por vários sustos ao longo desse percurso final.

Ah, pode-se levar em conta que o fator sorte ou acaso também é parte da realidade do futebol, mas não se pode exagerar. As duas situações evidenciam a necessidade de urgentes mudanças na maneira de organizar os times e planejar adequadamente a participação nas competições.

Deixar tudo ao deus-dará é um risco inaceitável. É flertar com o perigo, como ocorreu com o Remo na Série B 2021. A história costuma se repetir de maneira desastrosa quando determinadas providências não são tomadas.

A atual fase vivida pelo Remo é importantíssima. É o momento de avaliar nomes com responsabilidade e prospectar o mercado em busca de atletas que atendam aos critérios definidos. Conciliar as necessidades com a realidade financeira do clube é um desafio que exige empenho e sabedoria.

Não será diferente o caminho do PSC, depois de encerrar sua participação no Brasileiro deste ano. O primeiro passo será definir os atletas que permanecem e os que devem ser substituídos por novos nomes, além de confirmar ou não a presença de Márcio Fernandes no comando.

Tudo isso configura o caminho a ser seguido rumo à redenção, evitando ao máximo repetir os muitos erros do passado recente.

A conferir.

VER A SELEÇÃO JOGAR É EXERCÍCIO DE PACIÊNCIA

Todos sabem que a Seleção de Dorival é mero arremedo do que um dia foi o respeitado escrete nacional. Time limitado e bronco, que pratica um futebol feio, sem sinais de entrosamento. Agrava a situação a má jornada de astros como Vini Jr., que parece encafifado por não jogar bem com a camisa do Brasil. Corre, força os dribles, reclama... e nada.

Savinho dedica-se à firula inútil, lembra até Denilson. Sem função clara, perdeu bolas fáceis perto da área brasileira. Danilo é aquilo que já se sabe: limitado, cintura dura, sem recursos. Raphinha com a 10 às costas virou galo de briga e o futebol sumiu. Dorival inutiliza Luiz Henrique no papel de centroavante! E vida que segue.

O Uruguai nem se arriscava no ataque. Problema é que, quando foi, acertou o alvo – golaço de Valverde. Gerson, no meio, cresceu no 2º tempo e empatou o jogo com um chute perfeito de fora da área. Depois, tudo virou pelada, cada um tentando fazer o seu, desorganização total. Aí entrou o Paquetá, tomou um amarelo e o jogo ficou na mesma.

DRAMA NA ROTA ALVINEGRA EM BUSCA DA GLÓRIA ETERNA

O amigo Armando Chermont, nobre botafoguense, comentou há três dias que a CBF faz um esforço descomunal para sabotar os planos de conquista do Botafogo nesta temporada – que, em análise fria, são bastante factíveis, tanto na Libertadores quanto no Campeonato Brasileiro.

Ocorre que, ainda segundo ele, “a Seleção Brasileira joga na terça-feira (19) e na quarta (20) o Botafogo tem jogo importante contra o Atlético-MG; ou seja, vai jogar desfalcado de pelo menos cinco titulares”. Conclui, enfático: “Esta famigerada CBF está por trás disso!”.

Nem duvido das más intenções de dona CBF, mas considero que neste caso não há muito o que lamentar. O Botafogo paga o preço de ter grandes jogadores no elenco. Há alguns anos, esse problema inexistia porque não tinha grandes craques no time. Em compensação, não disputava títulos.

Cruel mesmo é que hoje, diante do Galo, o Botafogo enfrenta um adversário que vai mal na Série A, mas que tem a chance de complicar a vida do Alvinegro na competição, obrigando-o a não poupar nenhum titular na partida decisiva diante do Palmeiras, no dia 26 – a apenas quatro dias da final da Libertadores contra exatamente o Atlético.

E aí cabe uma crítica aos critérios da CBF na organização dos campeonatos. Obrigar um time a encarar uma final antecipada a 72 horas de decidir um torneio continental é inaceitável – e suspeito.

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