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GERSON NOGUEIRA / DIÁRIO DO PARÁ

Leão supera Águia e pancadaria

O Clube do Remo demonstrou muita garra para encarar a severa defesa do Águia de Marabá.

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Imagem ilustrativa da notícia Leão supera Águia e pancadaria camera Clube do Remo encontrou dificuldades para vencer o Águia de Marabá. | Divulgação

Em partida duríssima, tanto pelo equilíbrio entre as equipes quanto pela rispidez das jogadas, o Remo levou a melhor sobre o Águia, ontem à noite, em Marabá, e voltou à liderança do Parazão. O time voltou a apresentar falhas na condução do jogo, muita lentidão nas saídas para o ataque e insegurança no setor defensivo. Apesar disso, o triunfo ganha importância pelo grau de dificuldade que o confronto apresentou.

O começo foi de muita combatividade entre as equipes, o que resultou em diversos lances ríspidos, de parte a parte. Antes de fechar 10 minutos de bola rolando, Luan Parede acertou um pontapé no zagueiro Diego Guerra e, na sequência, o volante Richard Franco pisou na perna de Bruno Limão. Fraco, o árbitro não advertiu ninguém.

Era só o ensaio do que viria depois. Impondo pressão sobre o setor defensivo do Remo, o Águia atacava com vários jogadores, sempre cruzando bolas para explorar a altura do centroavante Luan Parede. Não por acaso, o gol nasceu em bola parada. Escanteio cobrado no segundo pau foi desviado pelo zagueiro Davi Cruz, aos 16 minutos.

Um apagão geral da zaga remista. O goleiro Vinícius tentou ir, mas desistiu no meio do caminho e acabou tomando o gol. Os zagueiros deixaram o jogador do Águia inteiramente livre para cabecear.

O Remo tentou então sair da pressão, com jogadas de Pablo Roberto e Muriqui, que atuava recuado, como um meia de organização. Diego Tavares, muito isolado na direita, pouco aparecia. Apesar dos erros e da dura marcação do Águia, o Leão foi se aproximando da área.

Pablo Roberto cobrou falta com perfeição, aos 26’. A bola foi no travessão de Axel Lopes. O mesmo Pablo, logo em seguida, deu passe perfeito para Richard Franco desviar para o gol, após passar pelo goleiro. A zaga, porém, despachou a bola, evitando o empate.

Nos minutos finais, uma infiltração na área alcançou Muriqui e este, ao tentar proteger a bola, foi agarrado e derrubado por Bruno Limão. O pênalti foi marcado e isso gerou um tumulto em campo. O árbitro Wanbelton Lisboa Valente. sem pulso, aceitou os empurrões e deixou de expulsar Limão, que já tinha amarelo e deu um soco em Lucas Mendes.

Depois de muita catimba, apenas um jogador foi punido com o amarelo: Lucas Mendes, que sofreu a agressão. Na cobrança, ao invés de Muriqui, que sempre bate pênaltis, quem se apresentou foi o zagueiro Ícaro. Com tranquilidade, cobrou no canto direito e empatou o jogo.

Depois do intervalo, o clima continuou tenso em campo, principalmente pela falta de atitude do árbitro, preocupado em não punir ninguém e deixando a pancadaria correr solta. Danilo e Adaucto cometeram faltas violentas e sequer foram advertidos. O jogo ficou muito preso à marcação e tecnicamente desinteressante, mas o Remo se mostrava mais focado na busca pelo gol.

Marcelo Cabo substituiu Muriqui por Fabinho e Diego Tavares por Pedro Victor. Renovou o gás do ataque ainda mais com a entrada de Rodriguinho e Ronald no lugar de Richard Franco e Lucas Mendes. O Remo partiu com mais desenvoltura e Pablo Roberto teve de novo papel importante, cuidando da armação de jogadas.

Aos 37’, em cruzamento impecável de Rodriguinho, Fabinho surgiu no meio dos zagueiros para cabecear e colocar o Remo em vantagem. Nos acréscimos, Vinícius ainda teve tempo de se redimir com uma excelente defesa em cobrança de Balão Marabá no canto esquerdo.

Cametá e Castanhal se aproximam do topo da tabela

A terceira rodada foi marcada por outras três vitórias que põem em destaque Cametá e Castanhal, que se aproximam do topo da tabela e confirmam as projeções iniciais.

O salto maior foi dado pelo Cametá, que venceu o Itupiranga em partida disputada no Parque do Bacurau, e alcançou a vice-liderança com sete pontos, um a mais que o PSC, terceiro colocado.

Em quarto lugar, aparece o Castanhal, que obteve sua primeira vitória, derrotando o São Francisco e finalmente se livrando da sequência de empates.

Por outro lado, Independente (2 pontos), Bragantino, Tuna e Itupiranga (1 ponto) são as decepções deste começo de campeonato. O Tapajós se isolou na lanterna após a derrota para o PSC.

Nova geração de árbitros precisa perder o medo

É compreensível que o atual quadro de árbitros da FPF seja utilizado no Parazão. São árbitros jovens, que precisam adquirir experiência. O problema é que alguns demonstram extrema dificuldade para lidar com a catimba e o antijogo. Ontem, em Marabá, a partida foi muito prejudicada pela omissão de Wanbelton Valente em momentos capitais.

No lance do pênalti sobre Muriqui, que sofreu falta clara dentro da área, o apitador demonstrou tanto temor de encarar a pressão que não aplicou nem o amarelo em Bruno Limão, que já tinha sido advertido antes.

A impunidade encorajou o próprio Limão a agredir um adversário (Lucas Mendes) sem sofrer punição. Atento ao clima de confrontação, o técnico do Águia tratou de substituir o pilhado lateral no intervalo.

O futebol ensina que árbitros não podem permitir o cerco de jogadores, as famosas rodinhas. Quando isso ocorre, inevitavelmente a bagunça se instaura porque os jogadores perdem o respeito pelo juiz. Foi o que aconteceu ontem no Zinho Oliveira.

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