A Justiça da Comarca de São Félix do Xingu, no sul do Pará, por meio do Juiz João Paulo Pereira de Araújo, converteu em prisão preventiva a detenção em flagrante de José Antônio das Virgens, conhecido como Toninho da Mineira. Ele é acusado de ser o mandante do duplo homicídio que vitimou o empresário Sebastião Divino dos Reis e seu filho, o advogado Daniel Teodoro Reis, neste último final de semana.
As investigações da Polícia Civil do Pará, conduzidas pela Superintendência do Alto Xingu, sob a liderança dos delegados Rafael e Ivan Pinto, descartaram a hipótese inicial de latrocínio (roubo seguido de morte). A principal linha de investigação aponta para um acerto de contas motivado por uma desavença ligada a crimes ambientais.
O delegado Ivan Pinto da Silva informou que, inicialmente, imaginou-se um latrocínio, pois a caminhonete das vítimas, uma Mitsubishi prata, sumiu da propriedade. Contudo, as apurações indicam que a motivação do crime é a vingança, envolvendo o pecuarista Toninho da Mineira.
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A Origem da Desavença: Segundo a Polícia Civil, Toninho da Mineira, que é vizinho de fazenda das vítimas, havia sido multado em mais de R$ 2 milhões pelo IBAMA por crime ambiental.
O Envolvimento da Vítima: Um outro vizinho multado na mesma ação, de prenome Josias, foi defendido pelo advogado Daniel Teodoro Reis, uma das vítimas. Josias teria sido inocentado. No decorrer do processo, a Justiça Federal conseguiu provar que Toninho da Mineira era o autor do crime ambiental, dando origem à forte desavença que resultou no duplo homicídio.
Queixas de Vizinhos: O delegado também revelou que outros fazendeiros vizinhos queixavam-se do acusado por conta de desmatamento, alegando que as constantes fiscalizações ambientais prejudicavam os negócios na região.
O Crime e a Captura
O duplo assassinato ocorreu na Fazenda Minas Gerais, próxima à Pista Roxa, a cerca de 280 km do centro de São Félix do Xingu.
Na noite da última sexta-feira (14), por volta das 22h, três homens encapuzados invadiram a fazenda. Eles renderam todos os presentes, incluindo empregados e um irmão do advogado, e sequestraram as duas vítimas. Os corpos foram encontrados em seguida, próximos à Vila Pontalina, a cerca de 30 km da fazenda.
Em menos de 24 horas após o crime, a Polícia Civil abordou o pecuarista. Toninho da Mineira foi flagrado em uma caminhonete branca com outro homem. Embora os indícios fossem frágeis no início, os investigadores ligaram os pontos que levaram à decretação de sua prisão.
Um dos indícios chave é que o pecuarista foi visto transportando três homens em sua caminhonete em direção à Fazenda Minas Gerais e retornou apenas com um. A polícia acredita que os executores utilizaram a caminhonete roubada das vítimas para fugir e seguem escondidos em fazendas da região.
Mobilização da Segurança e da OAB
O delegado Ivan Pinto da Silva informou que o Governo do Pará, por orientação do governador Helder Barbalho e do Secretário de Segurança Pública, Ualame Fialho Machado, deu prioridade máxima à elucidação do caso e à captura de todos os envolvidos.
Um grande cerco policial foi montado, com intensa movimentação na região, incluindo o uso de aeronaves do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp). Equipes da Polícia Militar (liderada pelo Coronel Marcus Formigosa), policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e da Divisão de Homicídios de Marabá atuam nas buscas para prender os pistoleiros.
A Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Félix do Xingu, sob a presidência de Raudyck Bessa, acompanha de perto o caso e cobra celeridade máxima nas investigações e prisões.
Toninho da Mineira, que também é conhecido pelo apelido de Toninho da Mula Baía, nega o crime.
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