Governo do Estado amplia rede de apoio ao autismo no Pará

Referência em atenção especializada, acompanhamento e apoio a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e familiares, os Núcleos de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea) vêm se consolidando como uma das principais políticas públicas de inclusão no Pará.

Entregues pelo Governo do Estado, os Nateas reúnem serviços de saúde, educação e cidadania em uma rede de acolhimento integrada. Atualmente, já funcionam unidades em Belém, Tucuruí, Capanema, Santo Antônio do Tauá e Marabá, com novas instalações previstas para Santarém, Altamira e Breves.

O projeto é uma iniciativa da Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo (Cepa), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e realiza atendimentos multiprofissionais e humanizados, baseados em evidências científicas. Os usuários têm acesso a serviços de terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia, educação física, assistência social, enfermagem e psicoterapia, entre outras especialidades.

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“Buscamos, cada vez mais, a descentralização desses atendimentos no Estado, entendendo que muitas pessoas do interior enfrentam dificuldades para o deslocamento até as capitais. Por isso, fortalecemos parcerias com prefeituras e secretarias estaduais, para aproximar os serviços da população”, explica Bianca Silva, psicóloga técnica da Cepa.

Atendimento que transforma vidas

Em Belém, o Natea funciona no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) e já é referência em resultados positivos. Wanna Souza, mãe de Ícaro Joel, de 8 anos, acompanha o filho há cinco anos na unidade e celebra o avanço no desenvolvimento dele.

“A maior independência e o melhor convívio em sociedade são os principais pontos de evolução que notamos. Sonho em ver o Ícaro saindo da escola para a faculdade, para o mercado de trabalho. Acredito que ele terá uma vida plena, como qualquer outra pessoa”, afirma emocionada.

De acordo com o supervisor técnico do Natea do CIIR, Williams Silva, os atendimentos seguem metas terapêuticas individualizadas e são monitorados mensalmente.

“Identificamos avanços em habilidades básicas, como sentar e esperar, até aspectos mais complexos, como autorregulação, automonitoramento e interação social. O objetivo é desenvolver autonomia e integração com o ambiente e os pares”, detalha.

A metodologia utilizada é a Terapia ABA (Análise do Comportamento Aplicada), abordagem cientificamente validada que ensina habilidades sociais e de comunicação, reduz comportamentos desafiadores e promove independência. Somente em 2024, foram realizados em média 17 mil atendimentos mensais, ultrapassando 200 mil em todo o Estado.

Expansão no interior: Natea de Marabá

No sudeste paraense, o governo inaugurou em abril deste ano o Natea de Marabá, instalado na Policlínica dos Carajás, beneficiando moradores de 17 municípios da região.

Para o diretor executivo da unidade, Joabe Lopes, o Núcleo representa um avanço importante na rede de cuidados infantis.

“É um espaço de acolhimento e estímulo, pensado para oferecer acompanhamento integral às pessoas com autismo e suas famílias. Nosso compromisso é garantir cuidado humanizado, com profissionais qualificados e uma estrutura que favorece o desenvolvimento e a inclusão”, destaca.

A iniciativa já tem gerado resultados positivos para famílias como a de Janaína Ferreira, mãe de Juan Emanuel, de 4 anos.

“O espaço trouxe mais que consultas; trouxe esperança. O Juan foi recebido com carinho e cuidado em cada detalhe. Encontramos profissionais que escutam, orientam e fazem a diferença na nossa caminhada”, relata.

Política pública consolidada

A ampliação dos Nateas é resultado direto da Lei nº 9.061/2020, que criou a Coordenação de Políticas para o Autismo (Cepa). Desde então, o governo estadual atua em seis eixos principais: saúde, educação, assistência social, cultura e lazer, trabalho e legislação, consolidando uma política transversal de inclusão.

O acesso aos serviços é feito por encaminhamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS), via Central de Regulação do Estado. Os pedidos são analisados pelo Sistema Estadual de Regulação do SUS (SER), conforme o perfil e as necessidades de cada paciente.

Os Nateas representam, hoje, uma das maiores redes públicas de atendimento especializado em autismo do Brasil, reafirmando o compromisso do Pará com a inclusão, a autonomia e o desenvolvimento de todas as pessoas com Transtorno do Espectro Autista.

Fonte: Agência Pará