
Os predadores da natureza ajudam a manter o equilíbrio do ecossistema e até mesmo controlam os insetos que causam doenças sérias como a dengue e zika por exemplo. O sapo é um desses exemplos. Além de não causarem mal algum, os sapos ainda comem moscas e mosquitos causadores de doenças.
Mas um inseto assustador também colaboradora para esse controle natural. Com a dengue provocando preocupação em todo o Brasil, algumas pessoas no Pará têm começado a se assustar ao encontrar um “mosquitão” aleatório, que pode ser até 10 vezes maior que os mosquitos comuns, como o Aedes aegypti.
Porém, apesar de parecerem ameaçadores com as patas bem longas e um ‘bico’ avantajado, esses insetos Tipulidae, chamados de típulas ou moscas-grua são inofensivos para humanos. Mas podem ser aliados no combate ao mosquito da dengue.
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Por essa razão, o professor Anderson Gonçalves da Silva, entomologista da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), campus Paragominas, diz que não há necessidade de matar o “mosquitão”. Por sinal, nem é adequado chamá-lo de mosquito. Apesar da semelhança física com os mosquitos, esses insetos pertencem à família Tipulidae e não são hematófagos, ou seja, não se alimentam de sangue, mas sim de seiva ou néctar.
“Os Tipulidae apresentam aparelho bucal desenvolvidos como um ‘rostro’ ou ‘focinho’, que não tem a função de picar, por isso, tecnicamente, é errôneo chamá-los de mosquitos”, diz o professor Anderson. Já os mosquitos, como o Aedes aegypti, pertencem à família Culicidae e são hematófagos. Mas como os Tipulidae ajudam a controlar os outros mosquitos vetores da dengue, da zika e da chikungunya?
“A fase larval dos Tipulidae ocorre na água. Nesse ambiente, suas larvas são predadoras, se alimentando de outros insetos, dentre esses os do grupo Culicidae, que são os mosquitos, como o Aedes. Ou seja, as larvas do Tipulidae são predadoras da larva do Aedes, o que acaba atuando como um controle natural”, explica o entomologista.
Estudos apontam que os Tipulidae podem atuar inclusive na polinização. Mas não é tão comum encontrar esses gigantes em ambiente urbano e em todas as estações do ano. “Eles estão associados a temperaturas amenas e ambientes úmidos, local que suas larvas se desenvolvem, por isso não os vemos muito, comparado aos mosquitos comuns, já mais habituados e adaptados ao meio urbano”, observa Anderson.
Por essas razões, o professor reforça: quando avistar um Tipulidae, não mate ou tente pegá-lo. “Apesar do tamanho e do receio que causam, são bichos inofensivos e estão prestando um excelente trabalho”, conclui.
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