O estado do Pará caminha para retomar a liderança na produção nacional de cacau, atualmente ocupada pela Bahia. A expectativa é do engenheiro agrônomo e coordenador do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura no Pará (Procacau) da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Ivaldo dos Santos Santana. Com um crescimento anual de área plantada em torno de 8 mil hectares e a adesão de cerca de mil novos produtores por ano, o Pará se mantém otimista quanto ao aumento de produção no curto prazo.
Em 2023, a Bahia alcançou 139.011 toneladas de amêndoas de cacau, superando as 138.471 toneladas do Pará. Apesar da redução de 5,15% na produção em relação ao ano anterior, Santana considera a queda de apenas 17 toneladas como um impacto pequeno, atribuindo-o a secas prolongadas que afetaram a floração das plantas. O Pará assumiu pela primeira vez a liderança na produção de cacau em 2017 e vem alternando a posição com a Bahia desde então.
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A produtividade por hectare é um ponto forte do Pará. Enquanto a Bahia utiliza 425 mil hectares para a cultura, o Pará consegue resultados expressivos com 162 mil hectares. A região também se destaca pelo apoio técnico e incentivos financeiros providos pelo governo estadual, por meio do Procacau, que viabiliza manejo, adubação e distribuição de mudas para produtores. Essa assistência contribui para a competitividade do estado, cuja produção alcançou um valor de R$ 2 bilhões em 2023, comparado aos R$ 2,3 bilhões da Bahia.
A produção no Pará está concentrada, principalmente, ao longo da Transamazônica, entre os municípios de Novo Repartimento e Trairão, que juntos representam 87% da produção estadual. O eixo da PA-279, incluindo Ourilândia do Norte, Tucumã, Água Azul do Norte e São Félix do Xingu, é o segundo maior polo de crescimento da cacauicultura no estado.
Com a crescente demanda global por amêndoas de cacau e as condições favoráveis de cultivo no Pará, Ivaldo Santana acredita que o estado retome em breve a liderança nacional. “A liderança é importante, mas nossa prioridade é monitorar e fomentar a evolução das lavouras, com suporte dos programas estaduais, fortalecendo um setor essencial para o desenvolvimento da região”, conclui o engenheiro. (Com informações de Edinaldo Sousa).
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