O Parque Estadual do Utinga Camillo Viana, em Belém, recebeu nesta terça-feira (29) cinco casais de ararajubas, após terem sido aprovadas nos exames físicos, sanitários e comportamentais, para a etapa II do projeto Reintrodução e Monitoramento das Ararajubas em Áreas Protegidas da Região Metropolitana de Belém. As aves vêm do viveiro da Fundação Lymington sediada em Juquitiba/São Paulo, instituiçãoparceira do Ideflor-Bio na realização do projeto.
Por serem as ararajubas uma das espécies ameaçadas de extinção, incluídas tanto na lista estadual quanto federal, o Instituto, por meio da DGBio, realizou o projeto e os resultados da primeira etapa foram significativos na reintrodução, promovendo a readaptação do animal silvestre no habitat amazônico, bem como no estímulo a conservação da biodiversidade.
"Celebramos hoje o início da segunda etapa com a chegada das aves, oriundas da Fundação Lymington. Reconhecemos a expertise adquirida pelo Instituto ao longo da execução do projeto, que subsidiará os importantes passos para uma população de ararajubas geneticamente viáveis, composta por um processo que envolve a adaptação dessas aves ao novo ambiente, onde mais facilmente aprenderão a sobreviver na natureza, quando reintroduzidas no habitat natural", conta a presidente do Ideflor-Bio, Karla Bengtson.
Segundo Crisomar Lobato, diretor de Gestão da Biodiversidade, a etapa II do projeto vai complementar a população de 27 ararajubas que já estão soltas no Parque do Utinga. "Chegaram cinco casais hoje para que possamos adaptá-las e treiná-las, e que no futuro possamos soltar, repovoando a região metropolitana de Belém com os espécimes", explicou.
"A segunda etapa do projeto contará com o auxílio de rádios transmissores para o monitoramento das aves, para que possamos mapear o deslocamento das ararajubas que estão sendo reintroduzidas na região metropolitana de Belém e fazer o acompanhamento da população", detalhou a gerente de Biodiversidade, Valéria Albuquerque.
Marcelo Vilarta, biólogo de campo do Projeto Ararajubas, explica que o projeto começou a partir da Fundação Lymington, criado por dois americanos que vieram morar no Brasil e passaram a criar animais em uma propriedade rural em Juquitiba, em São Paulo. "O trabalho começou com dois casais de ararajubas que receberam de apreensões pelo Ibama. A intenção deles era devolver esses animais ao destino de origem e no caso, a ararajuba ocorre principalmente no Pará. Em Belém, a ararajuba já não era vista há mais de 100 anos, em função de caça, captura e desmatamento. Em contato que a Fundação fez com o Ibama e Ideflor-Bio, foi estabelecida uma parceria para restabelecer essa espécie a essa área onde elas já ocorreram", frisou.
Luis Fábio, presidente da Fundação Lymington, finaliza dizendo que fundar uma população autossustentável de um animal extinto em uma região é um desafio imenso, e tem sido tentado por cientistas e organizações governamentais e não-governamentais ao redor do mundo há bastante tempo.
"Para que as populações possam se estabelecer de forma consistente, uma série de etapas precisa ser cumprida, e uma das mais importantes é o reforço contínuo das populações que já foram reintroduzidas até que os índices de reprodução na natureza indiquem que este procedimento não é mais necessário. É dentro deste espírito que esta segunda fase do projeto se inicia. Novas aves, com uma nova carga genética, chegaram no Parque do Utinga, para incrementar a população que ali já existia desde a primeira fase do projeto. Os espécimes serão libertados em breve, e encontram-se agora no viveiro de aclimatação, onde receberão alimentos da floresta. Com isso, esperamos registrar novamente a reprodução das aves em liberdade, em breve", analisa.
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