A Agência Espacial Norte-Americana (NASA) confirmou a ativação de seu protocolo de defesa planetária após astrônomos detectarem variações imprevistas na trajetória e brilho do cometa interestelar 3I/ATLAS. O visitante cósmico, que atravessa o Sistema Solar, motivou um comunicado oficial publicado pelo Minor Planet Center, ligado à Universidade de Harvard e à União Astronômica Internacional (IAU).
O alerta acendeu a luz vermelha na comunidade científica, levando a Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN) a organizar uma vasta campanha global de observação. A mobilização ocorrerá entre 27 de novembro de 2025 e 27 de janeiro de 2026 e tem como objetivo principal aprimorar as técnicas de medição orbital e testar a capacidade de resposta global a ameaças espaciais.
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O Desafio do Cometa Imprevisível
O protocolo de defesa planetária é um conjunto de procedimentos preventivos que visa monitorar corpos celestes com comportamento atípico ou difícil de ser previsto. No caso de cometas, o desafio é ainda maior, pois a liberação de gás e poeira — o que forma a 'cauda' — pode deslocar o centro de brilho e, consequentemente, distorcer os cálculos de sua órbita.
Para mitigar esses erros, a IAWN programou um workshop técnico para 10 de novembro, reunindo especialistas em astrometria e dinâmica orbital para padronizar as medições e evitar interpretações equivocadas.
Gigante Cósmico com Dados Inéditos
Descoberto em 1º de julho de 2025 pelo telescópio ATLAS, no Chile, o 3I/ATLAS é apenas o terceiro objeto interestelar já identificado pela ciência, seguindo ‘Oumuamua (2017) e 2I/Borisov (2019). O objeto, que viaja a uma velocidade superior a 210 mil quilômetros por hora, está prestes a atingir seu ponto mais próximo do Sol em 30 de outubro de 2025, quando cruzará a órbita de Marte. Em seguida, ele seguirá em direção a Júpiter, deixando o Sistema Solar definitivamente em 2026.
Apesar da mobilização, a NASA reforça que o cometa não representa risco de colisão com a Terra, já que sua distância mínima do planeta será de aproximadamente 270 milhões de quilômetros.

Dados inéditos coletados pelos telescópios espaciais Hubble e James Webb revelaram a composição química singular do cometa. Sua nuvem de gás e poeira é dominada por dióxido de carbono em uma proporção oito vezes superior à de água, uma característica jamais vista em outros corpos celestes semelhantes.
Estimativas sugerem que o núcleo do 3I/ATLAS varia entre 440 metros e 5,6 quilômetros de diâmetro, colocando-o entre os maiores de seu tipo já observados. Modelos preliminares apontam que ele pode ter mais de sete bilhões de anos, o que o tornaria potencialmente mais antigo que o próprio Sistema Solar.
O acionamento do protocolo, embora preventivo, demonstra o papel da defesa planetária como um exercício de cooperação internacional. Para a NASA, o 3I/ATLAS é uma oportunidade de ouro para testar e aperfeiçoar os sistemas de observação e resposta rápida diante de corpos com trajetórias imprevisíveis, além de fornecer novas pistas sobre a formação de sistemas planetários fora da Via Láctea.
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