
Pepper, um gato de estimação da Flórida, nos Estados Unidos, está colaborando diretamente com a ciência. O felino encontrou duas novas espécies de vírus ao presentear seu tutor, o virologista John Lednicky, da Universidade da Flórida, com animais mortos.
Ao invés de descartar os "presentes" de Pepper, Lednicky os utilizou para realizar uma vigilância viral. Dessa forma, o pesquisador identificou dois novos microrganismos. A descoberta mais recente, feita graças ao gato, foi detalhada pelo virologista na revista científica Microbiology Resource Announcements em junho deste ano. A primeira havia sido publicada em 2024, no periódico MDPI.
O comportamento de levar objetos para casa é comum em alguns animais de estimação, sendo muitas vezes interpretado como uma demonstração de afeto aos tutores. Pesquisadores já observaram atitude similar em orcas, por exemplo.
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Os achados de Pepper
Um dos animais analisados por Lednicky, em parceria com outros pesquisadores, foi um musaranho-de-cauda-curta dos Everglades (Blarina peninsulae), um pequeno mamífero típico da Flórida.
Nele, foi identificado um orthoreovirus desconhecido até então. Esses vírus eram considerados inofensivos para humanos, porém, em casos raros, estão ligados a doenças respiratórias, gastrointestinais e neurológicas.

“Os orthoreovirus de mamíferos eram originalmente considerados vírus ‘órfãos’, presentes em mamíferos, incluindo humanos, mas não associados a doenças. Mais recentemente, eles foram implicados em doenças respiratórias, do sistema nervoso central e gastrointestinais”, explica a autora principal do estudo e virologista, Emily DeRuyter, em comunicado.
Emily afirma que ainda se sabe pouco sobre a nova cepa, porém ela não é motivo imediato de alarde. Novos estudos no futuro serão necessários para avaliar os riscos.

O primeiro animal levado por Pepper para casa foi um camundongo infectado com jeilongvírus. A cepa, batizada de Gainesville rodent jeilongvírus 1, nunca havia sido encontrada nos EUA. O vírus chamou a atenção dos pesquisadores pela capacidade de infectar celulas de primatas, aumentando o risco de ser transmitido de animais para humanos – o chamado transbordamento viral entre espécies.
Os cientistas destacam que a detecção precoce de vírus endêmicos locais, como fez Pepper indiretamente, pode melhorar a vigilância sanitária local, auxiliando a prevenir surtos locais e de maiores proporções.
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