Mais de quatro milhões de infecções e quase duas mil mortes por dengue foram registradas no mundo desde o início do ano, impulsionando a busca por soluções inovadoras em meio à expansão da doença por novas áreas, incluindo Europa e Estados Unidos, devido às mudanças climáticas.
Em um cenário de alerta sanitário global, a dengue continua a se espalhar, somando cerca de quatro milhões de casos confirmados e quase duas mil mortes em todo o mundo desde o início deste ano. A gravidade da situação é amplificada pela crise climática, que cria condições ideais para o avanço do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, para regiões onde antes não era encontrado, como partes dos Estados Unidos e da Europa.
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Diante do desafio, cientistas de diversas instituições buscam alternativas biológicas eficazes para conter a proliferação do mosquito.
Esperança em um Fungo "Doce"
Uma das pesquisas mais promissoras vem da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Uma equipe de pesquisadores desenvolveu uma cepa de fungo geneticamente modificado capaz de atrair e matar o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de doenças como malária e zika.

O microrganismo, do gênero Metarhizium, foi modificado para liberar um composto de aroma adocicado, similar ao de flores, que atrai os insetos, oferecendo uma nova ferramenta de controle biológico em substituição aos pesticidas químicos.
"Depois de observarmos que certos fungos conseguiam enganar os mosquitos, percebemos que poderíamos turbinar a atração modificando-os para produzir mais longifolene. Antes deste estudo, não se sabia que o longifolene atraía mosquitos," explicou Raymond St. Leger, pesquisador da Universidade de Maryland e coautor do estudo.

Ao entrarem em contato com o fungo, os mosquitos são infectados e morrem em poucos dias. Os experimentos de laboratório demonstraram uma alta eficácia do método, com eliminação de 90% a 100% dos insetos. Os resultados completos da pesquisa foram detalhados em um artigo publicado na prestigiada revista científica Nature Microbiology.
Método pode ser amplamente utilizado pelos países mais pobres
- A equipe responsável pelo trabalho aponta que o fungo é inofensivo para pessoas e outros animais.
- Além disso, o microrganismo pode ser cultivado em substratos simples e baratos, como fezes de galinha, cascas de arroz e restos de trigo.
- Isso o torna acessível para países de baixa renda, que são justamente os mais afetados por doenças transmitidas por mosquitos.
- O próximo passo é testar o método em larga escala antes de buscar aprovação regulatória.
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