
Os Correios suspenderam os pagamentos por cartão de crédito e débito em todas as agências do país, além de desativarem os serviços de postagem online. A paralisação, que afeta milhões de consumidores e empresas, ocorreu após o rompimento do contrato com a empresa responsável pelos sistemas, alvo de uma investigação da Polícia Federal por suspeita de lavagem de dinheiro.
A estatal informou, em nota, que a suspensão é temporária e se deve ao término do contrato com a prestadora de serviços, que foi contratada por meio de licitação em 2021. O vínculo foi encerrado nesta terça-feira (2) após a empresa ser citada em uma operação da PF que investiga esquemas de lavagem de dinheiro ligados ao crime organizado.
Com a interrupção, o Pix se tornou o único meio de pagamento aceito temporariamente nas agências. Além disso, a postagem de encomendas deve ser feita exclusivamente de forma presencial, já que os sistemas digitais de envio estão indisponíveis.
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Apesar de a estatal ter afirmado que está tomando as "providências necessárias para retomar os serviços no menor tempo possível", não há previsão para a normalização das operações online nem para a reativação dos pagamentos por cartão.
A suspensão abrupta dos serviços digitais representa um impacto significativo para a rotina de usuários e empresas que dependem dos canais online para realizar suas postagens e transações.
Empresa responsável pelos serviços teve contrato suspenso
- Os Correios afirmam que as medidas foram adotadas após a suspensão do contrato com a Berlin Finance, antigo nome da fintech BK Bank.
- A empresa havia vencido a licitação realizada em 2021 e era a responsável pelos serviços desde então.
- A estatal diz que o processo administrativo está seguindo o rito formal conforme os prazos legais.
- E que está adotando as providências necessárias para a normalização do serviço no menor prazo possível.
- Ainda destaca que a única forma de pagamento disponível agora é o Pix.
Fintech tinha ligação com o PCC
A empresa que prestava serviços de pagamento por cartão para os Correios é investigada por suspeita de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A fintech foi um dos alvos da operação Carbono Oculto, realizada na última quinta-feira (28).
As investigações identificaram um enorme esquema de lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis no país. Segundo a Polícia Federal, a BK teria movimentado sozinha R$ 46 bilhões não rastreáveis de 2020 a 2024. As informações são da Folha de São Paulo.
A Receita Federal informou que o crime organizado estava explorando essas companhias para o cometimento de crimes “porque há um vácuo regulamentar”. Isso porque elas não tinham as mesmas obrigações de transparência e de fornecimento de informações a que se submetem todas as instituições financeiras do Brasil.
Após a descoberta do esquema, uma nova instrução normativa foi publicada no Diário Oficial da União. Ela enquadra as fintechs como instituições financeiras regulares, aumentando a fiscalização das transações e evitando que crimes do tipo ocorram novamente.
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