A nova edição da TIC Kids Online Brasil, lançada em 23 de outubro, investigou pela primeira vez a frequência do uso de plataformas digitais entre crianças e adolescentes. O estudo revelou que 70% dos usuários de internet entre 9 e 17 anos acessam com alta frequência o WhatsApp, seguido do YouTube (66%), Instagram (60%) e TikTok (50%), utilizando essas plataformas "várias vezes ao dia".
Apresentada no 9° Simpósio Crianças e Adolescentes na Internet, a pesquisa indicou que apenas três em cada dez usuários têm responsáveis que implementam medidas de controle, como bloquear ou filtrar sites (34%), restringir aplicativos (32%), limitar contatos em chamadas e mensagens (32%), monitorar acessos (31%) e restringir o tempo online (24%).
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O evento, promovido pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), contou com especialistas que discutiram os impactos da presença online excessiva no desenvolvimento cognitivo, social e educacional dos jovens, além dos riscos de exposição a conteúdos prejudiciais. Uma pesquisa do Instituto Alana revelou que 86% dos brasileiros consideram inadequados os conteúdos acessados por crianças e adolescentes nas redes sociais.
Adicionalmente, o estudo do TIC Kids Online Brasil mostrou que 30% dos usuários de 9 a 17 anos já tiveram contato com desconhecidos na internet e enfrentaram situações ofensivas no ambiente digital. Renata Mielli, coordenadora do CGI.br, ressaltou a necessidade urgente de ações conjuntas para garantir os direitos e a proteção dessa população online.
É fundamental a colaboração de plataformas de redes sociais, governos, sociedade civil, escolas, pais e responsáveis, acadêmicos e influenciadores digitais para estabelecer redes de proteção eficazes. A educação e a conscientização, tanto nas escolas quanto em casa, podem incentivar um consumo responsável da internet, além de promover o uso de ferramentas de controle parental.
Para a construção de redes de proteção que cuidem de crianças e adolescentes, é essencial ouvi-los e envolvê-los nesse processo. Campanhas e políticas devem ser adaptadas à realidade desse público, reconhecendo as diversidades culturais e de conectividade em todo o Brasil. É vital lembrar que cuidar no digital é proteger no real. Sejamos todos uma rede de proteção para nossas crianças e adolescentes.
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