Felipe Simas expõe os desafios de viver um personagem sombrio

O ator Felipe Simas abriu o jogo sobre a carga psicológica de interpretar Daniel Cravinhos na série Tremembé, nova produção do Prime Video. Em um relato profundo sobre os bastidores da obra, Simas detalhou como a imersão em um dos casos criminais mais notórios do Brasil afetou sua saúde emocional e transformou sua percepção pessoal.

Em entrevista ao portal Notícias da TV, o artista explicou que, embora a atuação seja um exercício cênico, o organismo processa as emoções de forma real. "O corpo não sabe o que é mentira e o que é verdade", afirmou, ressaltando que a entrega exigida pelo papel deixou sequelas que ele ainda sente no cotidiano.

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Humanização e dilemas morais

A série mergulha na complexidade dos detentos do presídio de Tremembé, e Simas reconhece que a proposta de humanizar figuras reais envolvidas em crimes graves pode gerar controvérsia. Para o ator, o trabalho despertou reflexões sobre a natureza humana e a proximidade com sentimentos sombrios, como o desejo de autodestruição ou a violência.

Ele destacou que entrou no projeto ciente de que a experiência seria um divisor de águas em sua carreira e vida pessoal: "O ator engana o corpo fingindo que aquilo é uma verdade", ponderou, reforçando que essa mimese tem um custo emocional elevado.

Fé e o conceito de perdão

Um dos pontos mais marcantes da preparação de Simas foi a busca por empatia, algo que ele considera essencial para dar vida a qualquer papel. Mesmo diante da gravidade dos atos cometidos por Cravinhos, o ator afirma ter estabelecido uma conexão de compaixão para compor o personagem.

"Na minha mente, o Daniel é uma pessoa perdoada por mim. O perdão não é a ausência de justiça, mas uma libertação interior", declarou.

A visão de mundo de Felipe Simas é fortemente influenciada por sua espiritualidade. Prestes a completar uma década de conversão ao cristianismo, ele explicou que sua fé se baseia mais no exercício do perdão do que em dogmas religiosos. Para o ator, essa jornada em Tremembé foi, acima de tudo, um teste para suas próprias convicções sobre misericórdia e justiça.