Após a pandemia de Covid-19, tem sido observado um crescente aumento da preocupação com a saúde mental por parte da população. De acordo com informações do Ministério da Saúde, um dos transtornos psiquiátricos que mais tem afetado a população no período pós-pandemia é a ansiedade generalizada, cujos atendimentos aumentaram mais 200% na rede pública, em relação ao ano anterior à pandemia.
Com base nos relatos dos pacientes, fica cada vez mais perceptível que a ansiedade apresenta sintomas físicos e que eles precisam ser tratados. No entanto, esses sinais, muitas vezes, podem ser confundidos com os de outras doenças que requerem urgência em sua intervenção.
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Natan Chehter, clínico geral do Hospital Estadual Mário Covas, na cidade de São Paulo, afirma que é de suma importância descartar outras condições antes de concluir se tratar de fato, de ansiedade. “Por exemplo, um paciente com dor no peito deve ser investigado para um possível infarto e essa hipótese precisa ser excluída antes de associar os sintomas à ansiedade”, diz.
Segundo o médico, os “sintomas ansiosos” podem ser confundidos com os de doenças como gastrite, infarto, acidente vascular cerebral (AVC), crise de asma e até piorar quadros de diarréia, tontura ou palpitação. Outras condições passíveis de terem seus sintomas confundidos, são:
- Hipertireoidismo: provoca aumentos dos batimentos cardíacos, sudorese e inquietação.
- Doenças cardíacas: certas arritmias e palpitações podem gerar falta de ar e desconforto.
- Síndrome do intestino irritável (SII): gera desconforto abdominal e alterações no trânsito intestinal, frequentemente associadas ao estresse.
Natan Chehter reitera que o cuidado médico deve ser realizado de forma abrangente, investigando as variadas possibilidades e garantindo que nenhuma condição física grave seja negligenciada.
“Identificar corretamente essas doenças é essencial para que o paciente receba o tratamento mais adequado e para evitar que problemas urgentes sejam confundidos com ansiedade. Por isso, o processo de exclusão é o caminho mais seguro para garantir um diagnóstico preciso”, diz.
A ansiedade é uma reação natural do corpo a situações de estresse e perigo, ativando respostas físicas e mentais como aumento da frequência cardíaca, respiração acelerada e tensão muscular. No entanto, quando esses sintomas se tornam contínuos e intensos, podem indicar um transtorno de ansiedade.
Luciana Oliveira, psicóloga, afirma que o tratamento da ansiedade varia conforme a gravidade e as necessidades individuais do paciente. “A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes, pois ajuda o paciente a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento que alimentam a ansiedade”, explica.
Nos casos mais graves, o tratamento pode incluir medicação. “Dependendo da situação, o psiquiatra pode prescrever ansiolíticos ou antidepressivos para ajudar a controlar os sintomas”, acrescenta Luciana. Ela enfatiza que o acompanhamento médico é essencial, já que a medicação deve ser ajustada de acordo com a evolução do paciente.
Além disso, a psicóloga destaca a importância de práticas de autocuidado como complemento ao tratamento. “Exercícios físicos, técnicas de respiração e mindfulness são ferramentas poderosas para ajudar a controlar a ansiedade no dia a dia”, diz. Esses hábitos influenciam não apenas na redução dos sintomas, mas também promovem uma melhora significativa na qualidade de vida. “Cada tratamento é personalizado, focado em oferecer alívio e bem-estar ao paciente”, conclui a psicóloga.
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