A reinauguração da Ponte Juscelino Kubitschek, na divisa entre Maranhão e Tocantins, marca exatamente um ano do colapso que chocou o país em 22 de dezembro de 2024. Enquanto o tráfego é restabelecido na BR-010, as famílias das vítimas denunciam a ausência de amparo estatal e a estagnação das investigações sobre as responsabilidades do acidente.
A reinauguração da ponte aconteceu nesta segunda-feira (22) restabelecendo o tráfego da BR-226, que é essencial para a mobilidade, a economia e a integração regional. A cerimônia de entrega contou ainda com a presença do diretor-geral do DNIT, Fabrício Galvão, além de outras autoridades federais, estaduais e municipais dos dois estados.
Jairo Rodrigues, de 37 anos, é o único sobrevivente do veículo que transportava sua família. Em um relato emocionante publicado em suas redes sociais, o morador de Tucuruí (PA) relembrou os últimos momentos ao lado da esposa, Cássia de Sousa Tavares (34), e da filha, Cecília Tavares Rodrigues (3).
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"Neste horário, estávamos almoçando em Brejão. Foi nosso último momento em família. Hoje a ponte volta a funcionar, mas nada foi feito pelas famílias que perderam tudo", desabafou Jairo.
Críticas à gestão e falta de manutenção
O sobrevivente questiona a prioridade dada à reconstrução física em detrimento da assistência humana. Segundo Jairo, a estrutura — de responsabilidade do Governo Federal e do DNIT — já apresentava sinais de antiguidade e carecia de manutenção preventiva que poderia ter evitado a queda.

A indignação se estende à esfera judicial. Embora um laudo da Polícia Federal, divulgado em julho de 2024, tenha apontado falhas estruturais graves como causa do desabamento, o inquérito que tramita no Tocantins ainda não resultou em indiciamentos.
O cenário
- Vítimas: O acidente deixou 14 mortos confirmados e 3 desaparecidos.
- Investigação: O inquérito da Polícia Federal segue sem apontar culpados diretos.
- Reparação: Até o momento, o Governo Federal não propôs acordos indenizatórios, obrigando as famílias a buscarem reparação por meio de ações judiciais individuais.
O colapso da Ponte JK ocorreu de forma repentina, lançando diversos veículos nas águas do Rio Tocantins. Enquanto o asfalto novo é entregue aos motoristas da região de Estreito, o sentimento entre os familiares é de que o Estado priorizou a logística em detrimento da justiça.
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