A Justiça do Pará decidiu na última sexta-feira (14) que o julgamento de Willian Araújo Sousa, conhecido como "Will Sousa" e réu confesso pela morte da tatuadora Flávia Alves, ocorrerá com acesso restrito nesta segunda-feira (17), em Marabá, no sudeste paraense.
A sessão do Tribunal do Júri será realizada a portas fechadas, vedando a entrada da imprensa e do público em geral. Além disso, foi negada a transmissão online pela plataforma do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA).
A medida visa evitar o tumulto e a exposição midiática excessiva, após a repercussão negativa causada pelo primeiro júri, que estava marcado para agosto de 2025, mas precisou ser cancelado.
Repercussão e Restrição de Acesso
Nesta segunda-feira (17), o Fórum de Marabá terá o acesso limitado apenas a servidores da Justiça, advogados de defesa, promotores, assistente de acusação e à juíza responsável pelo caso.
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O advogado Diego Sousa, que atua como assistente de acusação, manifestou apoio à decisão. "No nosso entendimento não há nenhum prejuízo, nem para defesa e nem para o Ministério Público... A magistrada estava visando evitar tumulto desnecessário, evitar que a presença do público tornasse o julgamento um espetáculo," afirmou.

Ele expressou ainda a expectativa de que os jurados "façam justiça", após um ano e sete meses de espera da família da vítima. "Toda a sociedade acompanha a luta da mãe, a dona Paula, durante todo esse tempo para não deixar esse caso cair no esquecimento," disse o advogado, pedindo a condenação do réu.
Reviravolta no Primeiro Julgamento
O primeiro júri de Will Sousa foi interrompido e cancelado após um incidente na sessão. A advogada Cristina Longo, que defendia o réu à época, abandonou a defesa durante os trabalhos. A juíza Alessandra Rocha, que presidirá novamente a sessão, cancelou o júri, encaminhou o caso à Defensoria Pública e notificou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre a conduta da profissional.
Cristina Longo retornou à defesa e também se pronunciou a favor da restrição de acesso, considerando a medida um fator de "serenidade" para os trabalhos.
"A juíza Dra. Alessandra... decidiu que o julgamento correrá de portas fechadas. A medida tem como objetivo garantir a ordem, preservar o sigilo necessário aos trabalhos e evitar excessiva exposição mediática ou qualquer tipo de manifestação que possa prejudicar o correto andamento do processo," explicou a advogada.
Ela destacou que seu compromisso é garantir o "direito de voz" do seu cliente e que ele seja "responsabilizado dentro dos limites da sua real culpabilidade, nem mais, nem menos."
O novo julgamento, que deve esclarecer as circunstâncias da morte da jovem tatuadora Flávia Alves.
Entenda o caso
Flávia Alves, de 24 anos, desapareceu em 14 de abril de 2024, após sair para um bar com a prima, em Marabá. No local, ela encontrou o também tatuador Will Sousa, com quem passou a noite consumindo bebidas alcoólicas. Os dois foram vistos juntos por câmeras de segurança e testemunhas até a manhã seguinte.
Após dias de buscas e apelos da família, o corpo de Flávia foi encontrado em 26 de abril, enterrado em uma cova rasa em Jacundá, município vizinho. A Polícia Civil concluiu que Will Sousa foi o autor do crime. A esposa dele, Deidyelle de Oliveira Alves, responde por ocultação de cadáver, mas responde em liberdade.
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