
No mês em que a Lei Maria da Penha completa 19 anos, a 1ª Vara Criminal de Marabá (PA) organiza uma agenda simbólica de enfrentamento à violência contra a mulher. Ao longo de todo o mês de agosto, serão realizados quatro julgamentos populares, todos envolvendo crimes de feminicídio ou tentativa.
A iniciativa é da juíza Alessandra Rocha, que atua na unidade judicial com competência exclusiva para o Tribunal do Júri. Segundo a magistrada, a programação tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para a urgência do combate à violência de gênero.
“Essa agenda é um gesto de enfrentamento e de conscientização. São casos graves que refletem o que muitas mulheres enfrentam todos os dias”, afirmou a juíza.
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Casos emblemáticos
O primeiro júri ocorre nesta quarta-feira, 7 de agosto, data do aniversário da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006). O caso em julgamento é o de Flávia Alves Bezerra, jovem tatuadora assassinada por estrangulamento em abril de 2024. O principal acusado é o também tatuador Willian Araújo Sousa, que teria matado a vítima por motivos passionais após uma festa. O corpo de Flávia foi encontrado dias depois, enterrado em uma cova rasa no município de Jacundá.
A investigação aponta que o crime teve ajuda de outras duas pessoas: a esposa do réu, Deidyelle de Oliveira Alves, e o cunhado, David de Oliveira Alves, ambos suspeitos de envolvimento na ocultação do cadáver.
Julgamentos de agosto – Agenda completa
Todos os julgamentos ocorrerão às quintas-feiras, com acesso público limitado devido à lotação das salas do júri.
- 📅 07/08 – Caso Flávia Alves Bezerra
Réu: Willian Araújo Sousa
Crime: Feminicídio e ocultação de cadáver
- 📅 14/08 – Caso Francyelle Ribeiro
Réu: Tiago Sílvio de Oliveira Lima
Crime: Homicídio e tentativa de feminicídio
Vítimas: Francyelle Ribeiro e Leonardo Rosa da Costa
- 📅 21/08 – Caso Claudiana Melissa de Sousa Gomes
Réu: Jonas Rodrigues Fernandes
Crime: Tentativa de feminicídio
- 📅 28/08 – Caso Alexia Nogueira Sales
Réu: Thiago Santos Barbosa
Crime: Tentativa de feminicídio
19 anos da Lei Maria da Penha
Sancionada em 7 de agosto de 2006, a Lei Maria da Penha é considerada uma das legislações mais avançadas do mundo no combate à violência doméstica. Seu nome homenageia Maria da Penha Maia Fernandes, que sofreu duas tentativas de assassinato por parte do marido e tornou-se símbolo da luta pelos direitos das mulheres no Brasil.
Ao longo dos últimos anos, a lei foi aprimorada com diversas atualizações. Entre elas, a Lei 14.188/2021, que instituiu o Programa Sinal Vermelho como medida nacional de enfrentamento à violência doméstica. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) teve participação ativa na elaboração dessas medidas.
Contexto e impacto
De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou mais de 1.400 casos de feminicídio em 2023, o que representa uma média de uma mulher morta a cada 6 horas, vítima de violência de gênero.
Iniciativas como a da Justiça em Marabá reforçam a importância da aplicação rigorosa da lei e da mobilização institucional para proteger as mulheres.
Fonte: TJPA
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