Campanha Agosto Lilás é lançada com alerta em Marabá

Marabá iniciou o mês de agosto com um alerta preocupante: só nos seis primeiros meses de 2024, foram registrados 720 pedidos de medidas protetivas contra violência doméstica — uma média de quatro solicitações por dia. No mesmo período, 225 mulheres buscaram proteção judicial urgente, principalmente nos bairros Nova Marabá, Amapá e São Félix.

Os dados refletem uma realidade preocupante: o município ocupa a 12ª colocação no ranking nacional de desigualdade de gênero, segundo o IDSC-BR (Índice de Desigualdade Social de Gênero). Dois casos de feminicídio já foram confirmados este ano.

Feminicídio, basta!

Para enfrentar esse cenário, a campanha Agosto Lilás foi oficialmente lançada na tarde da última sexta-feira (1º), no Teatro da Usina da Paz, em Marabá, com o tema “Feminicídio, Basta!”. O evento foi organizado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (COMDIM), em parceria com a Fundação ParáPaz e o programa TerPaz.

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A cerimônia de abertura reuniu mulheres de diferentes comunidades, representantes de órgãos públicos e lideranças sociais. A coordenadora do ParáPaz em Marabá, Priscila Lima, destacou o simbolismo do momento:

“A campanha é um grito coletivo de resistência. Nenhuma violência pode ser normalizada ou invisibilizada.”

Vozes da zona rural

Um dos principais pontos debatidos foi o fortalecimento da rede de proteção nas áreas rurais e mais afastadas, onde o acesso à informação e aos serviços de justiça ainda é limitado.

A presidente do COMDIM, Luana Bastos, reforçou o compromisso com a escuta e o acolhimento:

“Estamos ouvindo as mulheres da zona rural, da periferia, de onde a violência se esconde. Precisamos garantir que todas tenham acesso à proteção.”

Programação do mês

Além da cerimônia de abertura, a campanha Agosto Lilás contará com uma série de ações ao longo de todo o mês de agosto, incluindo rodas de conversa, mobilizações comunitárias, orientação jurídica e palestras educativas sobre direitos das mulheres, enfrentamento à violência e acesso à Justiça.

Mais de 50 ações já foram realizadas no ano de 2024, alcançando mais de 6 mil atendimentos em eventos itinerantes e campanhas educativas promovidas pelo COMDIM.

Rede de apoio e denúncia

As medidas protetivas de urgência são previstas na Lei Maria da Penha e buscam resguardar a vida e a integridade da mulher em situação de risco, com medidas como afastamento do agressor e restrição de contato.

Casos de violência podem ser denunciados de forma anônima pelos canais Ligue 180, Disque 100, ou diretamente nas delegacias e centros de atendimento.

🟣 “A luta é de todas e todos. Denuncie. Apoie. Informe-se.” — reforça a campanha.