Usuários da rede pública estão reclamando da falta de medicamentos no Centro de Especialidades Integradas (CEI), de Marabá, no sudeste do Estado. A situação é preocupante, uma vez que muitos pacientes relatam não terem condições financeiras para comprar os remédios.
Com isso, muitos deles estão tendo a doença agravada, pois tem que interromper o tratamento de saúde.
Uma das que está sendo prejudicada com a situação é Raimunda Sousa, de 63 anos, que sofre com artrose, doença caracterizada pelo desgaste da cartilagem articular e por alterações ósseas. “Já tem uns três meses que eu vou lá no CEI pegar e não tem. Não fala uma previsão de quando vai vir, porque está faltando e não dão uma previsão concreta para gente. Eu acho muito errado, porque a gente tem que estar ciente, porque é uso contínuo, é uma medicação que a pessoa não pode ficar sem ela e todo dia ela toma”, conta a filha de Raimunda, Antonia Nilde de Sousa.
Ela afirma ainda que a reclamação não é só por conta do remédio da mãe, mas de outras pessoas que também estão precisando. “Tem muita gente que precisa desse remédio e se não tomar vai ficando cada vez pior. E é remédio mais caro, remédio de R$ 300,00, que as pessoas não têm dinheiro para comprar”, afirma Nilde.
Na manhã desta quarta-feira (12), Rosângela Santana Santos, saiu mais uma vez do Núcleo São Félix, onde mora e atravessou a cidade para chegar ao CEI, localizado no Núcleo Cidade Nova, para buscar o medicamento de uso contínuo do marido e de uma vizinha, mas não teve uma boa notícia.
“A moça informou que já tem quatro meses que não tem medicamento e não tem nem previsão. Inclusive essa da minha vizinha, que quando um vem já traz a receita da outra para ajudar, não tem previsão de vim. E é um medicamento caríssimo que compra na farmácia e ela não tem condições de manter porque é contínuo”, contou Rosângela Santos.
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Os remédios do marido de Rosângela também não tinham. Com as receitas médicas na mão, ela lamentou a situação. “E esse outro (remédio) é do meu esposo, mas tem quatro meses que falta. Fazer o que? A situação é preocupante, porque a gente precisa do medicamento e não compra em farmácia, tem que pegar aqui na rede e como é que faz? E a saúde como fica? Complicado”, disse.
Quem também buscou medicamentos para uma vizinha no CEI foi a dona de casa Naide Lima. “Não tem e a minha vizinha não tem condições de comprar esse remédio. A gente pede para o governo liberar esse medicamento, porque ela tem mais de 70 anos. Já foi no posto de saúde e agora mandaram eu ir na Secretaria de Saúde que só lá que eles podem me dar informação, o que eu posso fazer? Vou lá”, disse a idosa.
Nossa equipe tentou falar com servidores do CEI, mas fomos informados que eles não tinham autorização para gravar entrevista. Entretanto, eles confirmaram que está faltando medicamentos e não há previsão para chegar.
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