Os trabalhadores da educação da saúde e da segurança pública do município de Marabá entraram para o oitavo dia de greve nesta segunda-feira (30). Os servidores se reuniram novamente na frente na sede da Secretaria de Obras e Vias Públicas, Sevop, na BR-230 (Transamazônica) onde aguardam uma definição do prefeito Sebastião Miranda, sobre as pautas de reivindicações que, segundo os manifestantes e sindicatos, ainda não foram atendidas a contento pela prefeitura.
De acordo com Wendell Bezerra, do Sintepp, houve um avanço nas negociações do vale-alimentação, contudo não na parte do reajuste salarial. "Em relação à proposta inicial que foi de R$ 330, saltou para R$ 420, e isso foi um avanço porém em relação a pauta específica da educação, não tivemos nenhuma proposta da prefeitura, nos informaram de que não há margem para garantir um reajuste agora e, apesar da contra proposta de pelo menos se garantir a inflação, a prefeitura também entendeu que ainda não é possível garantir", declarou. "Nesse sentido, entendemos que não houve avanço na pauta específica da educação", disse Wendell.
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Nesta segunda, os servidores saíram em passeata pela Transamazônica em direção à rotatória do KM-6, local de grande movimentação de veículos por ser a conexão de três rodovias federais de entrada e saída de Marabá, BR-222, BR-230 e BR-155.
SINDICATOS ABREM O JOGO
No último sábado (28) representantes dos três sindicatos, Sintepp, Sintesp e Servinmar participaram por telefone de entrevista na Rádio Clube FM 100,7 Mhz à tarde durante o programa "Se Ligue na Clube" com Zeca Moreno.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública (Sintesp), Raimundo Gomes Bezerra, declarou que esperava-se uma definição mais rápida das reivindicações. "Os trabalhadores necessitam de uma vale-alimentação de pelo menos R$ 630 e sem o entendimento quanto ao novo valor, o prefeito ficou insistindo que não poderia dar nenhum aumento neste quesito, acabou negociando em um valor de até R$ 420, onde de pronto informamos que é um valor muito baixo para se levar para a categoria e com certeza não seria aceito", declarou.
Outro ponto discutido foi em relação à jornada de trabalho dos servidores de forma geral pois com o último concurso a jornada de trabalho foi de 40 horas enquanto os demais servidores que já estavam na ativa fazem 30 horas semanais. "Isso tem causado um desgaste muito grande entre os servidores dentro das unidades uma vez que é injusto, além da quebra da isonomia quanto aos servidores municipais entendo que tem servidor trabalhando oito horas por dia e outros seis, porém o salário de ambos é o mesmo", disse Raimundo Gomes.
PREFEITURA SE PRONUNCIA
Na manhã desta sexta-feira, 27, o prefeito de Marabá, Sebastião Miranda Filho, recebeu representantes de servidores públicos municipais em seu gabinete, na Secretaria de Viação e Obras Públicas (Sevop).
Entre os temas discutidos e de interesse da categoria, estava o reajuste do vale-alimentação. Na ocasião, a gestão municipal apresentou a proposta do valor de R$ 420 reais para o vale-alimentação, o que representa um reajuste de 40%.
A proposta apresentada também contemplou o pagamento retroativo da diferença entre a nova proposta e o valor atual no valor de R$120 reais.
“Uma das maiores reivindicações deles é a questão do vale-alimentação. O vale-alimentação, quando assumimos o governo, era 224 reais. No início de 2021, reajustamos 33,92%, passando o valor para 300 reais. Agora, após uma longa negociação chegamos a 420, reajustando assim em 40%. O valor total do reajuste em nossa gestão é de 87,5%, ficando 36,75% acima da inflação acumulada do período. E ainda, iremos estender esse vale-alimentação para todos os servidores, inclusive os contratados e comissionados”, ressalta o prefeito Sebastião Miranda.
O prefeito ratificou que todos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) são destinados para o pagamento da folha da Educação. No entanto, a gestão fará estudos e novas reuniões com a categoria para verificar se há possibilidade de conceder algum tipo de reajuste para a categoria dos professores.
“A prefeitura tem um orçamento e tem que cumprir esse orçamento. Há o orçamento da Educação, da Saúde, Obras, Limpeza Pública, Esporte, Turismo, Cultura e a gente vai negociando. O importante é isso, chegar em uma negociação que a gente possa cumprir”, finaliza o prefeito.
Em relação às outras pautas, a gestão municipal informa que já está em fase final o estudo de viabilidade do pagamento retroativo do piso para os servidores da educação. Além disso, o estudo de viabilidade da carga horária semanal de 30 horas está em andamento, assim como o estudo sobre o reajuste de 33,24% para os professores.
Assembleia
Em assembleia realizada na última sexta-feira, os servidores optaram por continuar as negociações com a gestão municipal. Segundo Walter Leal, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Marabá (Servimmar), os diálogos seguirão. “Nossa expectativa é que o prefeito marque uma nova reunião para apresentar uma proposta para a categoria”, pontua.
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