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CPI da Covid ouve empresário de confiança de Pazuello

Em maio deste ano, Cascavel foi nomeado como secretário de saúde de Roraima. Ele deixou o cargo no final de julho após ter sido diagnosticado com covid-19.

Imagem ilustrativa da notícia CPI da Covid ouve empresário de confiança de Pazuello camera Divulgação

Talvez você não tenha ouvido falar tanto do empresário Airton Antonio Soligo, conhecido como Airton Cascavel. Ele é apontado nos bastidores do Ministério da Saúde como homem de confiança do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da pasta.

De acordo com as investigações do colegiado, Cascavel atuou na pasta federal por vários meses sem qualquer tipo de vínculo formal. Interlocutores baseados nos estados e municípios chegaram a se referir a Cascavel como "ministro de fato" durante a gestão Pazuello. Nesta quinta-feira (05), a CPI da Covid ouve Cascavel a partir das 9h

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), disse que Cascavel era quem recebia parlamentares no ministério e quem "decidia em nome de Pazuello". Cascavel é amigo pessoal do ex-ministro da Saúde e, apesar de não ocupar cargo algum na estrutura da pasta, participou de reuniões e agendas oficiais. Tais fatos foram revelados pela imprensa no ano passado e, em reação a críticas, Pazuello decidiu nomeá-lo assessor especial, cargo que ocupou de junho de 2020 a março de 2021.

Assista ao vivo a partir de 10h:

Os membros da comissão devem cobrar explicações a respeito da participação do empresário no diálogo com os governos locais, sobretudo em temas como a vultosa liberação de recursos federais para ações de enfrentamento à pandemia.

O requerimento de convocação para que vá à CPI foi apresentado pelo vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Segundo o parlamentar, Cascavel teve "papel preponderante" no período em que Pazuello esteve à frente da Saúde. O general foi o ministro que ficou mais tempo no cargo (10 meses) e recebeu críticas duras em relação ao seu trabalho.

Hoje, os senadores devem pressionar Cascavel justamente no sentido de explicar as circunstâncias relacionadas a alianças recorrentes entre o ex-ministro Pazuello e representantes do setor privado.

Entre os personagens que compõem tal enredo estão o próprio Cascavel, que é empresário, e o bilionário Carlos Wizard — que chegou a ser nomeado para um cargo oficial no ministério, mas teve o anúncio anulado após repercussão negativa.

A semana na CPI

"Para fechar a sequência de depoimentos da semana: já tivemos um assessor que virou interlocutor de empresa e um representante do reverendo Moon que vendia vacina. Agora, [teremos] um empresário que atuava como assessor. Queremos saber os motivos desse procedimento", afirmou Randolfe ontem em entrevista coletiva após o fim dos trabalhos da CPI.

Na fala, o senador fez referência ao depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula, ouvido na terça na retomada dos trabalhos da comissão após o recesso parlamentar. O líder da entidade evangélica privada Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários) fez um depoimento confuso e cheio de contradições que irritou senadores e o levou às lágrimas.

Amilton afirmou ter recebido um título de embaixador da Universal Peace Federation (UFP), fundada por Sun Myung Moon, mas desconhecer a polêmica relacionada ao reverendo americano morto em 2012. O milionário sul-coreano dizia atender um chamado de Jesus Cristo e montou uma das principais igrejas do mundo, conhecida nas décadas de 70 e 80 pelos casamentos em massa.

Por fim, assumiu ter atuado como um dos elos para que a Davati Medical Supply — empresa americana representada supostamente de maneira informal pelo policial militar Luiz Paulo Dominghetti — conseguisse ofertar ao Ministério da Saúde um suposto lote de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca.

Ontem, os senadores questionaram o tenente-coronel e ex-assessor do Ministério da Saúde Marcelo Blanco, que negou qualquer pedido de propina e afirmou que projetava uma "parceria comercial" com Dominghetti para vender vacinas contra o novo coronavírus ao mercado privado.

Na versão da testemunha, fora este o motivo pelo qual ele levou o PM a um jantar com Roberto Dias, então diretor de logística do Ministério da Saúde, em 25 de fevereiro, no restaurante Vasto, em Brasília.

Foi durante o encontro, descrito por Dias à CPI como um simples happy hour, que o ex-servidor teria, de acordo com Dominghetti, solicitado propina. Blanco nega ter feito qualquer pedido de propina ou que Dias tenha feito o mesmo.

"Do momento em que eu me encontrava lá, não houve pedido. Sequer se conversou aprofundadamente sobre vacina", defendeu o depoente.

Após o encerramento do dia, Renan Calheiros classificou o andamento das investigações desta semana como "inusitadas, mas dentro do modus operandi desse governo".

"Empresas que tinham filtros rígidos de compliance não tinham suas ofertas aceitas, enquanto empresas que muitas vezes nem vacina tinham pra vender eram recebidas para negociações sem controle nenhum, absolutamente, para possibilitar exatamente o pedido de propina e a pratica da corrupção", acusou. "É isso que vamos ter que investigar."

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