Em novembro de 2025 Belém sediará o maior evento internacional já recebido pela cidade, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30). O mais importante evento ambiental do planeta reunirá delegações de todo o mundo e um grande volume de visitantes preocupados em discutir e buscar soluções para os desafios enfrentados pelo planeta no que se refere às mudanças climáticas. Mas, como foram as conferências realizadas até aqui?

Por três décadas, a Organização das Nações Unidas (ONU) vem reunindo quase todos os países nas chamadas cúpulas climáticas globais, as COPS ou ‘conferência das partes’. As partes são justamente os países signatários da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Climáticas (UNFCCC), um tratado acordado em 1994 e que deu origem às conferências. Ao todo, 197 Partes são signatárias do tratado, o que equivale a 196 países e a União Europeia. Durante as conferências são realizadas complexas negociações entre governos, envolvendo autoridades de todos os países do mundo, bem como representantes da sociedade civil e da mídia global.

Sócio-fundador do Instituto Socioambiental, organização da sociedade civil que atua desde 1994 em defesa da diversidade socioambiental brasileira, Marcio Santilli destaca que as conferências sobre clima são fundamentais para viabilizar a superação do que ele classifica como a maior ameaça atual à humanidade na Terra. “As decisões das COPs tendem à substituição dos combustíveis fósseis por outras fontes de energia e ao fim do desmatamento em florestas tropicais”, pontua. “Se forem para valer, implicam em mudanças de vários tipos na economia e na vida das pessoas”.

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Marcio lembra que um grande marco histórico das conferências do clima ocorreu justamente no Brasil, ainda no ano de 1992, durante a realização da ECO-92. A reunião marcou a adoção da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). Passadas mais de três décadas, em 2025 o Brasil voltará a receber uma convenção das Nações Unidas, desta vez na capital paraense. “Será o maior evento diplomático da história da Amazônia e uma grande oportunidade de pôr em foco as demandas da população paraense para que possa fazer a sua parte no enfrentamento às mudanças climáticas”, avalia Marcio Santilli, ao apontar outro grande marco histórico das conferências já realizadas até aqui. “Vale à pena citar ainda o Acordo de Paris, de 2015, que estabeleceu as metas que cada país deve cumprir para reduzir as emissões de gases do efeito estufa”.

Olhando para trás, é possível ter a dimensão do evento que deverá marcar a história de Belém daqui há dois anos. A primeira Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP1) foi realizada entre 28 de março e 7 de abril de 1995, em Berlim, na Alemanha. Na época, a conferência contou com a participação de 117 países partes, envolvendo quase 4 mil pessoas, entre os representantes dos países, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia.

Passados 27 anos, a última conferência do clima, a COP27, recebeu representantes de 2.950 organizações, reunindo um total de 26.370 participantes, segundo consta na lista oficial de participantes divulgada pela UNFCC. O evento foi realizado entre 6 e 18 de novembro de 2022, no Centro Internacional de Convenções de Sharm El-Sheikh, um dos maiores e mais inovadores centros de conferências do Oriente Médio, localizado na cidade de Sharm el-Sheikh, no Egito.

Presidente Lula reuniu, em Belém, principais autoridades dos países amazônicos na Cúpula da Amazônia Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará

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