Todos os meses, a aposentada Lucimar Santos, 71 anos, desembolsa em torno de R$ 250,00 na compra de medicamentos que ela utiliza no tratamento de problemas de saúde. Na manhã de ontem (3), ela precisou ir à farmácia para comprar alguns desses remédios e já observou elevação nos preços. A notícia de mais um reajuste nos valores dos produtos em todo o país deixou Lucimar e outros consumidores apreensivos, sobretudo aqueles que fazem uso de medicamentos controlados.

O aumento de 5,6%, autorizado em 31 de março pelo governo federal, deve refletir nos preços de pelo menos 10 mil medicamentos. A medida está em vigor e os novos valores já podem ser aplicados pelos fabricantes. Em resolução publicada no Diário Oficial da União, o governo informou que os reajustes não podem ser superiores aos determinados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed). Além disso, o regulamento determina que as empresas deem ampla publicidade ao assunto, inclusive, divulgando uma lista com os preços atualizados.

“Uso vários medicamentos. Tomo pantoprazol, ciprofibrato e outros. Gasto, em média, R$ 250,00 a R$ 280,00 (por mês) e isso é porque não compro todos. Quando não dá para comprar, eu não compro e fico sem tomar o remédio. Faço pesquisa de preço, compro genérico, tem que se virar. Esses aumentos pesam e, às vezes, eu compro só os mais necessários”, disse Lucimar, que precisa arcar mensalmente com essa despesa.

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Já a dona de casa Claudilene Cardoso, 47, é hipertensa e, também, usa um colírio de forma contínua. Além dos remédios controlados, este mês ela terá um gasto extra, já que vai precisar comprar medicamentos dermatológicos para fazer um tratamento de pele. “A gente sai de farmácia em farmácia. Às vezes, algumas estão bem em conta. Geralmente, o médico pede o remédio original, mas a gente vai pelo genérico e encontra até pela metade do preço. Estou com uma receita e vou comprar onde estiver mais em conta”, pontuou.

ORIENTAÇÕES

Na prática, para o consumidor final, a saída para driblar os aumentos é adotar medidas que garantam uma economia na hora da compra. É o que orienta a educadora financeira e mentora de finanças e investimentos, Edelina Viana. Para além de manter o orçamento doméstico equilibrado, a especialista recomenda ainda que o consumidor construa uma reserva de emergência, que possa ser utilizada para atender imprevistos, a exemplos de problemas de saúde.

“Tenha uma reserva de emergência. As pessoas geralmente não se programam para o imprevisto. A gente sabe que os problemas de saúde acontecem em algum momento e a reserva te dá a tranquilidade de não ficar com o orçamento doméstico muito apertado. Tem que destinar uma parte do orçamento para isso. Quanto mais previsibilidade, melhor para não ter surpresas no final do mês, principalmente quem compra continuamente. Também são medidas de economia manter hábitos saudáveis, ir ao médico e não se automedicar”, destaca Edelina.

Economize

Compra de remédios

- Solicite ao médico a quantidade exata ou pelo menos o mais próximo do período de tratamento que você precisará fazer: isso evita gastos desnecessários e você faz uso consciente dos medicamentos.

- Pesquise, busque por sites para ter uma referência de quanto custa o remédio que você deseja para já sair de casa sabendo a média dos valores.

Às vezes, pela internet, você consegue comprar com descontos, sem pagar frete e ainda pode aproveitar cashbacks. Mas, claro, isso dependerá muito da urgência.

- Alguns laboratórios possuem seu próprio programa de desconto. Como descobrir isso?

- Para remédios de uso contínuo, você irá pegar a caixinha e verificar o nome do laboratório. Pesquise pelo nome do laboratório, entre no site e busque pelo programa de desconto daquele laboratório. Se existir, você verifica se aquele medicamento está incluso na lista e de quanto seria o desconto.

- Procure saber se o seu plano de saúde possui programa de descontos nas farmácias.

- Pergunte ao médico, durante a consulta, se existe genérico para aquele remédio. Os genéricos são aprovados pela Anvisa por serem seguros e eficazes. Aproveite e pergunte para o médico se ele possui alguma caixinha de amostra grátis, que também ajuda a economizar.

- Algumas farmácias têm plataformas de gestão de programas para empresas e descontos oferecidos para as indústrias. Veja se a empresa onde você atua possui algum programa de desconto e compare os preços para saber se vale a pena.

- Aproveite os descontos sazonais ofertados pelas farmácias para comprar produtos com preços menores.

- O programa da farmácia popular subsidia até 90% do preço do medicamento, tanto para o consumidor que possui plano de saúde quanto para os usuários do SUS. Por exemplo, há medicamentos gratuitos para o tratamento do diabetes, asma, hipertensão e outros.

- Vá até uma farmácia credenciada, leve documento pessoal com foto, a receita e as informações necessárias.

- Existe uma lista que o SUS possui para oferecer medicamentos de forma gratuita.

- Tenha uma reserva de emergência para não ficar com o orçamento apertado em momentos de imprevistos.

- Para mais informações sobre o programa Farmácia Popular, acesse: https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/farmacia-popular.

Fonte: Edelina Viana - IG @edelinainveste)

Claudilene está sempre comprando remédios para hipertensão e sai pesquisando valores nas farmácias Foto: Irene Almeida

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