Os feirantes do Ver-O-Peso já começam a abastecer o mercado para as compras de Natal e esperam maior proximidade com a data festiva para vender melhor. Enquanto isso, poucos frequentadores pesquisam pelo preço de produtos como fruta, maniva e mariscos que fazem parte da tradicional ceia de Natal.

O Natal é o segundo mês que mais tem procura por maniva no Ver-O-Peso. O feirante Elias Soares, 35, vende a maniva moída a R$ 4, a pré-cozida por R$5, já a cozida sai a R$8 e a garrafa de 2 litros de tucupi a R$10. Ele afirma que o produto tem ganhado ainda mais espaço na mesa dos paraenses, assim como aumentou a procura do produto fora do Estado. Por isso, Elias espera boas vendas para a data festiva. “Na semana do Natal eu vendo na faixa de quatro mil quilos. Eu tenho pra entregar só pra um cara na faixa de uns mil e quinhentos. Antigamente o pessoal só esperava o Círio, agora sai toda hora, qualquer aniversário tem que ter uma maniçoba”, conta o vendedor.

Um dos principais ingredientes de pratos regionais é o camarão, presente no vatapá, tacacá e no arroz paraense. Na barraca do feirante Valber Carrera, 56, o preço do camarão salgado varia entre R$38 e R$40, dependendo do tamanho. No início do mês, a procura pela mercadoria ainda está lenta, mas Valber espera vender pelo menos 150 quilos do marisco mais próximo das festividades de fim de ano. “[O preço do] camarão aumentou e estabilizou um pouquinho. O camarão, entre outros produtos, foi a mercadoria que menos subiu, se você for comparar entre carne e peixe. O camarão não, se aumentou foi negócio de R$ 2 reais, R$ 3 reais”, garante.

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Já no caso dos peixes, o pirarucu tem substituído o bacalhau na hora de compor a ceia. O feirante Roberto Pontes, 49, conta que sempre vendeu o bacalhau, mas por conta do aumento significativo do preço, a saída foi oferecer aos clientes o peixe amazônico. “Hoje em dia a opção é o pirarucu, é o nosso bacalhau da Amazônia. O pirarucu tá na safra e custa mais barato e compensa mais”, diz. O filé do pirarucu sai entre R$40 a R$60 reais o quilo, dependendo da espessura do pescado.

As frutas tendem a aumentar de valor com a chegada das festas de fim de ano. Suelen Gomes, 34, diz que a partir do dia 20 deste mês os fregueses já procuram por frutas, mas que por receio da alta nos preços alguns já tem se antecipado na pesquisa de preço. “Pro Natal a gente tá no suspense, mas vai aumentar de preço, vai e muito. Ameixas eu começo a trazer no início de dezembro, mas eu ainda não comecei a trazer porque tá R$ 460 a caixa. Então, vou ver se vai dar uma quebrada pra poder trazer pra cá. Não tem condição da gente cobrar esse valor. O povo já vem pesquisar e já quer levar uva pra guardar pro Natal. Realmente não tem como guardar porque são frutas, né.”, conta Suelen.

Um dos frequentadores da feira, Antônio Andrade, 65, já pesquisava o preço de frutas que sempre costuma comprar para a ceia de Natal, como uva passa, maçã, castanha e nozes. “Primeiro a gente ta pesquisando os preços. Eu vou em vários lugares, não vou só em um porque a diferença às vezes é de dois reais, três reais. A diferença é grande, mas a gente vai levando”, conta o aposentado.

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