Um homem-bomba explodiu em frente à sede do Ministério do Interior da Turquia, na capital, Ancara, neste domingo (1°). Autoridades turcas, que estão tratando o incidente como um ataque terrorista, afirmam que o homem-bomba em questão morreu durante a explosão. Já o outro suspeito foi "neutralizado" —jargão utilizado por forças de segurança para indicar que o suposto agressor foi morto durante a operação.

Além disso, dois policiais ficaram levemente feridos no ataque, a primeira em Ancara desde 2016. O episódio ocorreu por volta das 9h30 no horário local (3h30 no Brasil), quando os suspeitos dirigiram até a entrada principal do edifício, localizado ao lado da sede de outras pastas e do Legislativo turco, em um carro comercial.

VEJA O MOMENTO DA EXPLOSÃO:

De acordo com a agência de notícias Reuters, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan participaria de uma sessão do Parlamento, localizado a um quilômetro do local da explosão, por volta do mesmo horário. A agenda do dia foi mantida mesmo após as explosões.

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Horas após o incidente, já na abertura da sessão parlamentar, Erdogan qualificou o ataque como "a última tentativa" de causar terror nos turcos. "Aqueles que ameaçam a paz e a segurança dos cidadãos não alcançaram seus objetivos", disse o presidente.

Fontes do governo turco disseram à Reuters que, antes de realizarem o ataque, os responsáveis pela explosão sequestraram um Renault de carga em Kayseri, cidade a 260 quilômetros de Ancara, e mataram o motorista durante o sequestro.

VEJA A EXPLOSÃO EM OUTRO ÂNGULO:

A polícia também disse ter detonado de forma controlada vários pacotes suspeitos em outras regiões de Ancara. O objetivo era evitar possíveis ataques.

SUÉCIA NA OTAN

A explosão ocorre no momento em que a Turquia considera ratificar a entrada da Suécia na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O governo levantou diversas objeções iniciais e atrasou a expansão do bloco, vista como uma forma de proteger países do leste europeu contra a escalada autoritária da Rússia.

Em julho, Hungria e Turquia retiraram os vetos à entrada da Suécia, mas adiaram a votação que ratificará a adesão à Otan. Um dos pontos de interesse de Erdogan envolve temas religiosos. O presidente turco pressiona a Suécia a adotar medidas contra profanações ao alcorão.

Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, classificou o ataque como terrorista. Já o comissário da União Europeia para Expansão do bloco, Oliver Varhelyi, disse que apoia a Turquia "na sua luta contra o terrorismo".

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Até o momento, nenhum grupo foi responsabilizado pelo ocorrido, porém o procurador-chefe de Ancara abriu uma investigação para apurar as causas do ataque.

VIOLÊNCIA NA TURQUIA

O atentado deste domingo acontece quase um ano após uma explosão no centro de Istambul, em que seis pessoas morreram e outras 81 ficaram feriadas. O governo da Turquia culpou militantes curdos pelo ataque.

Entre 2015 e 2017, mais de 15 ataques terroristas foram realizados na Turquia, todos com dezenas de pessoas atingidas. O último em Ancara aconteceu em março de 2016 e deixou 37 mortos.

A maior parte desses atentados foram reivindicados pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) ou pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

O PKK, que luta contra o Estado turco desde 1984, está na lista de grupos terroristas elaborada por Ancara e pelos aliados ocidentais do país. Os militantes curdos vinculados ao PKK controlam a maior parte do nordeste da Síria.

Fontes do governo turco disseram à Reuters que, antes de realizarem o ataque, os responsáveis pela explosão sequestraram um Renault Foto: Foto: reprodução/ Twitter

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