A Rússia acusou a Ucrânia de lançar nesta terça-feira (30) o maior ataque contra Moscou desde o começo da guerra no Leste Europeu, há 15 meses. Em uma rara ofensiva na capital, ao menos oito drones deixaram duas pessoas feridas e provocaram danos em edifícios residenciais, segundo autoridades.

O ataque atingiu algumas das áreas mais ricas de Moscou, incluindo uma região no oeste da capital onde o presidente russo, Vladimir Putin, tem uma casa. O ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, descreveu a ação como ataque terrorista realizado pelas forças ucranianas contra alvos civis.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que oito drones lançados por Kiev foram abatidos ou desviados. Destroços que caíram sobre a cidade provocaram incêndios e danificaram prédios residenciais. Ao menos duas pessoas ficaram feridas, e edifícios inteiros foram esvaziados, segundo a prefeitura da capital russa.

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No Telegram, o canal Baza, vinculado ao Kremlin, disse que a ofensiva foi ainda maior: mais de 25 equipamentos teriam invadido o espaço aéreo de Moscou. Moradores contaram que ouviram fortes estrondos e sentiram cheiro de gasolina. Vídeos publicados nas redes sociais mostram a população alarmada diante do ataque. Algumas gravações mostram os drones sendo interceptados.

Rich Russians react angrily to military drones striking their neighborhood in Moscow this morning.

Many Russians are asking themselves “what have we done to deserve this?”

They are still clueless pic.twitter.com/dLK54lx9mg

— Visegrád 24 (@visegrad24) May 30, 2023

A ofensiva provocou forte repercussão na Rússia. O parlamentar russo Maxim Ivanov disse este é o ataque mais grave sofrido por Moscou desde a Segunda Guerra Mundial e que a população terá de se adaptar ao que chamou de nova realidade. "Ou você derrotará o inimigo com a nossa pátria, ou a vergonha da covardia e a traição sucumbirão a sua família", afirmou.

Na mesma sessão do Parlamento russo, Alexandr Khinshtein pediu o fortalecimento "radical" das defesas russas. "A sabotagem e os ataques terroristas da Ucrânia só vão aumentar", disse.

Mikhailo Podoliak, assessor presidencial ucraniano, negou o envolvimento de Kiev no ataque em Moscou, mas ironizou o episódio e disse que o país invadido está "satisfeito em assisti-lo".

O ataque em Moscou ocorreu após a Rússia intensificar os bombardeios contra Kiev, com o uso de mísseis e também de drones. A capital da Ucrânia foi atingida pelo terceiro dia consecutivo nesta terça. Segundo autoridades ucranianas, as ofensivas russas na cidade têm sido frequentes e tentam manter a população em profunda tensão psicológica antes de uma esperada contraofensiva no front da guerra.

Moscou, localizado a mais de mil quilômetros da Ucrânia, poucas vezes foi alvo de ataques desde o começo da guerra. A ofensiva desta terça, contudo, é a segunda com o uso de drones na capital russa em menos de um mês.

No último dia 3, dois drones foram lançados em direção à residência de Putin no Kremlin. Os artefatos, segundo Moscou, foram interceptados pelos sistemas de defesa antiaérea, e nenhum dos prédios sofreu danos, embora fragmentos dos equipamentos, ainda na versão russa, atingiram a área. Ninguém ficou ferido.

Ataques deixaram dois feridos Foto: Reprodução / Redes Sociais

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