Ele é proteção. É quem dá mais brilho e beleza à imagem de Nazaré. O manto é uma das peças mais importante e de significados infinitos.
Antônio José confecciona o símbolo para Círios de Belém, mas, principalmente, para festividades de cidades do interior do Pará. O movimento com agulhas e cristais já dura 19 anos.
“Comecei em 2003 a convite de uma amiga. Minha esposa era costureira e bordadora. Ela me incentivou a aceitar a proposta”, lembra ele. “Eu sempre fui católico, amava a festividade de Nazaré e bordar um manto fui uma das minhas grandes alegrias”, disse o bordador de mantos.
A beleza do manto requer trabalho, atenção, devoção, mas tem também história de vida.
Todo amor do bordador Antônio em Maria aflorou ainda mais em 2018, quando, de fato, a fé deu uma nova oportunidade ao bordador. Naquele momento, parecia que o mundo dele iria desabar.
Durante uma festividade católica, um dos fogos de artifício atingiu o pé de Antônio. O ferimento causou uma grande infecção e ele foi parar na UTI.
“O corte era minúsculo, mas suficiente para me deixar a beira da morte. Eu tive tétano e a bactéria se espalhou rapidamente no meu corpo. Fiquei em coma natural por um mês e os médicos me desenganaram”, conta. “Naquele ano, eu bordava o manto de Nossa Senhora de Nazaré e minha família pediu para que a imagem peregrina fosse me visitar no leito. Em menos de uma semana acordei e tive minha saúde reestabelecida. Eu sei que foi Deus por intercessão da mãe de Jesus”, acredita Antônio, com os olhos cheio de lágrimas.
É mais uma vez a devoção em Maria fazendo a fé aflorar cada vez mais em quem sempre esteve junto dela e do filho, mostrando nas histórias os verdadeiros sentidos do Círio.