Após a invasão hacker, cometida na manhã desta sexta-feira (10) , que afetou o funcionamento do site do Ministério da Saúde e do aplicativo Conect Sus, algumas medidas precisaram ser reavaliadas, e isso envolve diretamente a entrada de estrangeiros no Brasil.

O governo federal decidiu adiar em sete dias a exigência de quarentena e prova vacinal para turistas estrangeiros que cheguem ao país. As novas regras começariam a valer neste sábado (11), mas foram prorrogadas. Com o ataque hacker, os sistemas do Ministério da Saúde não puderam emitir o comprovante de vacinação contra a Covid-19.

“Estive na Casa Civil e a gente vai postergar a vigência da portaria que trata das fronteiras, aqueles itens que falam sobre apresentação do certificado de vacinação ou, em caso contrário, o cumprimento da quarentena”, explicou Rodrigo Cruz, secretário-executivo do Ministério da Saúde.

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Segundo Cruz, o DataSUS ainda avalia a questão de restabelecimento da base de dados. “Ainda não temos um prazo concreto. Mas, por precaução, a gente vai publicar uma portaria hoje, postergando por sete dias o início da vigência das regras que iniciariam amanhã, sábado. Então, passarão a valer no próximo sábado”, disse o secretário.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sugeriu a possibilidade minutos antes. “Por conta da questão dos que têm vacina, eles precisam comprovar a vacinação para não ficar em quarentena. Então, é possível que se postergue a exigência desta portaria que foi editada pelo Ministério da Saúde. Vê como faz mal, né, uma atitude criminosa dessa”, admitiu Queiroga, em viagem a Belo Horizonte.

De acordo com o texto da portaria, os turistas devem apresentar exame PCR com resultado negativo para Covid-19 e comprovante de vacinação dos imunizantes aprovados pela Agência Nacional de Saúde (ANS) ou pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Caso o viajante brasileiro ou estrangeiro não seja vacinado, deverá fazer quarentena de cinco dias antes de seguir viagem pelo país.

O ministro também afirmou, anteriormente, que o responsável pelo ataque “será exemplarmente punido“. “Hoje, o empenho total é para esses dados estarem disponíveis no mais curto prazo possível. Está sendo investigado, e assim que tiver alguém culpado será exemplarmente punido”, afirmou.

O ataque hacker aos sistemas do Ministério da Saúde teve início na madrugada desta sexta-feira (10) e teria “sequestrado” cerca de 50 terabytes de dados relacionados à pasta. De acordo com uma mensagem deixado no site, o Lapsus$ Group assumiu a autoria da invasão.

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Polícia Federal (PF) foram acionados e investigam o ataque. O departamento de informática do Datasus trabalha para o restabelecimento dos serviços, segundo nota do ministério.

O que foi afetado?

e-SUS Notifica (sistema de notificação de casos de Covid);

Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI);

ConecteSUS e funcionalidades, como a emissão do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 e da Carteira Nacional de Vacinação Digital, que estão indisponíveis no momento.

Com o ataque hacker, os sistemas do Ministério da Saúde não puderam emitir o comprovante de vacinação contra a Covid-19. Foto: Arquivo/Agência Brasil

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