Preso desde o dia 08 de abril, o vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), terá seu mandato em votação. O Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio irá decidir sobre a cassação do mandato do vereador nesta segunda-feira (28).

Para a aprovação do parecer do relator do caso,

O vereador Luiz Ramos Filho (PMN), relator do caso, precisa ter seu parecer aprovado pela maioria absoluta dos representantes do conselho, com um total de quatro dos sete votos.

Entregue aos membros do conselho, um relatório detalha o homicídio triplamente qualificado de Henry Borel Medeiros, de 4 anos, na madrugada de 8 de março, tortura e agressões contra o menino, além de tentativa de tráfico de influência e uso político em causa própria.

O documento foi entregue no último dia 18, nele afirma que a acusação de quebra de decoro parlamentar está embasada nas “robustas evidências de envolvimento” de Jairinho “no crime que vitimou o menor”, nos depoimentos de testemunhas e dos envolvidos ao delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), na perícia técnica e na conclusão do inquérito.

“Não restam dúvidas de que Henry foi vítima de homicídio duplamente qualificado, por emprego de tortura e meio que impossibilitou a defesa da vítima, quando estava apenas na companhia de Monique e Jairo. Também não restam dúvidas que Jairinho agredia Henry. A própria extensão das lesões, em sua gravidade e quantidade, demonstra ação brutal contra a criança, culminando com a morte dela, antes da chegada ao hospital”, diz o trecho do inquérito policial, reproduzido no relatório.

Jairinho e a namorada, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, mãe de Henriy, foram presos no mesmo dia.

A defesa do vereador encaminhou no último dia 25, ao conselho o relatório que pede a sua absolvição no processo que pode levar à cassação do mandato. São 38 páginas, em que os advogados do parlamentar argumentam que ele sempre foi um "pai carinhoso, presente, amado pelos filhos, quiçá por Henry. A defesa ainda enfatiza que Jairinho é uma pessoa que conquistou uma legião de amigos e admiradores na Câmara".

No documento é ressaltado que o parlamentar não teve espaço para o contraditório e afirma que o vereador é vítima de "uma farsa". Nos bastidores da Câmara, as chances de Jairinho escapar da cassação são consideradas nulas.

Vale lembrar que, durante as investigações sobre a morte de Henry, iniciaram apurações sobre agressões que o vereador teria praticado contra filhos, ainda crianças, de outras ex-namoradas. Em um dos casos, Jairinho foi indiciado, no último dia 1º, por torturar o filho de uma ex-namorada, um menino de 3 anos à época, que teve o fêmur quebrado em uma das sessões de violência. A mãe do menino, Debora Mello Saraiva, também teria sofrido agressão, o que se desdobrou no indiciamento pelo crime de lesão corporal no âmbito da violência doméstica praticada contra a mulher.

As investigações da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) concluíram que o parlamentar agrediu a estudante em pelo menos quatro ocasiões.

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