A primeira final da história das Copas, disputada entre Uruguai e Argentina, já era esperada. Afinal, os dois países vizinhos — apenas o Rio da Prata separa Buenos Aires de Montevidéu — haviam disputado a medalha de ouro dos Jogos Olímpicos em Amsterdã-1928. Naquela ocasião, o Uruguai venceu por 2 a 1.

Os argentinos tinham melhor retrospecto no confronto: até então, 38 vitórias, 26 empates e 30 derrotas nos 94 duelos. Mas somente um terço dos 30 mil que chegaram a Montevidéu para apoiar sua seleção puderam assistir à partida. O estádio Centenário abriu as portas somente seis horas antes do jogo, o que causou superlotação.

O árbitro belga John Langenus também teve dificuldades para iniciar a partida. Cada equipe queria usar sua bola no confronto. Diante do impasse, a comissão organizadora determinou que o primeiro tempo seria jogado com a bola argentina e o segundo, com a dos donos da casa.

Os uruguaios abriram o placar com Pablo Dorado, surgindo na área de Juan Botasso pelo lado direito com um chute rasteiro. A Argentina, entretanto, tinha superioridade no toque de bola e, em oito minutos, empatou com Carlos Peucelle, convertendo um passe primoroso do capitão Manuel Ferreira.

Aos 37 minutos do primeiro tempo, o artilheiro Guillermo Stábile deu aos albicelestes a vantagem de 2-1. O capitão uruguaio José Nasazzi ainda protestou, pedindo impedimento, mas não foi atendido.

No segundo tempo, os uruguaios entraram mais ligados. Pouco depois de Stábile perder a chance de ampliar para 3-1, a Celeste empatou com Pedro Cea e, aos 23min, Iriarte virou a partida para os donos da casa. A um minuto do fim, Héctor Castro, o El Manco, fechou o placar e garantiu o título.

O presidente da Fifa, Jules Rimet, entregou o troféu ao diretor da Associação Uruguaia de Futebol, Raúl Jude. No dia seguinte, foi declarado feriado nacional no país; já em Buenos Aires, o consulado foi apedrejado por um grupo de argentinos. O meia-atacante argentino Francisco Varallo foi o último jogador da decisão a morrer, aos 101 anos, em 30 de agosto de 2010.

FICHA TÉCNICA 

Uruguai (2-3-5): Ballestrero; Nasazzi e Mascheroni; Andrade, Fernández e Gestido; Dorado, Scarone, Castro, Cea e Iriarte. Técnico: Alberto Suppici. 

Argentina (2-3-5): Botasso; Della Torre e Paternoster; Juan Evaristo, Monti e Arico Suárez; Peucelle, Varallo, Stábile, Ferreira e Mario Evaristo. Técnicos: Francisco Olazar e Juan José Tramutola. 

Estádio: Centenário, em Montevidéu (Uruguai). Árbitro: John Langenus (BEL). Público: 68.346.

A Celeste conquistou a primeira Copa do Mundo da história Foto: Reprodução

MAIS ACESSADAS