A violência obstétrica é um conjunto de práticas abusivas, desrespeitosas que podem ocorrer durante o cuidado pré-natal, parto, pós-parto e nascimento da criança. Essas práticas podem ser físicas, verbais, emocionais ou psicológicas e podem ocorrer tanto em ambientes hospitalares quanto em atendimentos em casa.
A pesquisa da Fundação Perseu Abramo revela que cerca de 25% das mulheres no Brasil já experimentaram algum tipo de violência obstétrica durante o parto. Essa forma de violência pode incluir situações como gritos, procedimentos dolorosos sem consentimento ou informação adequada, falta de procedimentos e medicamentos para evitar a dor e até negligência durante o cuidado com a mulher.
O estudo "Nascer no Brasil", que envolveu 23.940 mulheres após o parto, mostrou um modelo de atendimento baseado em intervenções desnecessárias e frequentemente prejudiciais, expondo mulheres e bebês a erros médicos.
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Além disso, o estudo aponta ainda uma "hipermedicalização" do parto no Brasil, evidenciada pelas altas taxas de cesáreas, uso abusivo de ocitocina para estimular as contrações e a episiotomia, procedimento que pode causar mutilações na região do períneo. Ainda há outros procedimentos relatos, que podem causa danos e até a morte da mãe e da criança. Esses dados destacam a necessidade urgente de melhorar a assistência ao parto e promover uma abordagem mais humanizada e baseada em evidências, visando a saúde e o bem-estar das mulheres e seus bebês.
Como identificar e denunciar
A violência obstétrica é cometida por profissionais que prestam assistência obstétrica, como médicos(as), enfermeiros(as), técnicos(as) em enfermagem, obstetrizes ou qualquer outro profissional que ofereça esse tipo de assistência. Existem diversas formas de identificar essa violência:
- Abuso físico, sexual ou verbal.
- Discriminação de qualquer tipo.
- Realização de procedimentos desnecessários sem o consentimento da mulher.
- Desrespeito às decisões da gestante.
- Negar o direito da mulher ter um acompanhante presente durante o procedimento.
Caso ocorra violência obstétrica, é importante denunciar. As denúncias podem ser feitas na Secretaria de Saúde da região onde reside ou na ouvidoria da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Se a mulher for beneficiária de um plano de saúde, a denúncia também deve ser feita nos respectivos conselhos de classe. Essas medidas são essenciais para combater e prevenir a violência obstétrica, garantindo um ambiente seguro e respeitoso para as gestantes.
Equipe Dol Especiais:
- Reportagem: Thayná Coelho
- Coordenação e Edição: Anderson Araújo
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