O próximo final de semana será de destaque para o protagonismo feminino no carimbó.

Nos dias 10, 11 e 12 haverá uma variada programação realizado pelo Festival “No Ritmo das Rainhas do Carimbó”, projeto contemplado pela Lei Aldir Blanc.

Na próxima sexta-feira (10) e sábado (11) serão lançados nas redes sociais, através dos perfis do projeto, uma web série, divida em três episódios, e um podcast.

No domingo (12), a partir das 15h, no Espaço Cultural Coisas de Negro, em Icoaraci, distrito de Belém, haverá programação presencial e gratuita com exposição de fotos, pinturas em aquarelas e oficinas de carimbó.

No centro desta narrativas estão as fazedoras, tocadoras, empreendedoras, produtoras e mestras no carimbó Ângela Coutinho, Mestra Cristina (Grupo Sereia do Mar), Neth Miranda (A Filha da mãe) e Néa Smith.

Mestra Ângela Coutinho é sócia e proprietária de um dos espaços mais emblemáticos do carimbó em Belém, o Espaço Cultural Coisas de Negro. São 20 anos de atuação na cultura popular e no carimbó.

Mestra Maria Cristina, integra  como maraqueira o primeiro grupo de carimbó composto prioritariamente por mulheres, o Grupo Sereia do Mar. É uma das fundadoras e quem deu o nome ao grupo.

Mestra Neth Matinta (A filha da mãe) é artesã, cantora, tocadora de maracas e atriz, atua há mais de 20 anos na cultura paraense.

Néia Smith, a Néia das maracas encantadas, é uma reconhecida tocadora no meio carimbozeiro. Há dez anos na cena, Toca curimbó, maraca e efeitos. Integrou o tradicional grupo de carimbó, os Africanos de Icoaraci, e atualmente tem o seu grupo chamado  Jangada Encantada.

“Bom, é o primeiro trabalho que estou fazendo assim, dessa pesquisa que foi feita. Que essa Lei Aldir Blanc veio aí para ajudar os artistas. E ver a mulher preta periférica ser valorizada no seu próprio local onde ela reside para mim tem sido muito gratificante, muito maravilhoso esse reconhecimento da classe. Apesar de nós sermos muito discriminadas quando subimos ao palco, em cima de um tambor. Eu sofri isso na pele, mesmo que hoje seja diferente”, alerta Néia das Maracas

Neia das maracas diz que já foi discriminada no meio
📷 Neia das maracas diz que já foi discriminada no meio |Sarah Arcângela

Cada uma desta mulheres está contando sua história no Festival no Ritmo das Rainhas. As gravações ocorreram como visitas a cada mestra, e as locações foram realizadas nos lugares de vivência.

O público pode esperar deste produto audiovisual um bate papo sobre histórias de vida destas mulheres, seus afazeres cotidianos e suas produções culturais na comunidade. 

De acordo com a idealizadora, produtora e tocadora de maracas no projeto, Samara  Raniere, o objetivo do projeto é ressaltar a importância do reconhecimento das mulheres como mestras de carimbó, que muitas vezes, são invisibilizadas devido a maternidade, afazeres doméstico e o próprio machismo.

O projeto envolveu ao todo cerca de 20 mulheres que tocam, ilustram imagens, realizam a comunicação, captação de imagens no carimbó. O projeto não é formado somente por mulheres, entretanto é protagonizado por elas.

“A ideia é fomentar e valorizar a produção cultural de artistas mulheres e inspirar outras mulheres também, e enaltecer a multiplicidade das mestras do carimbó, afim de que sejam ouvidas, valorizadas e suas identidades como agentes culturais e sua arte sejam afirmadas e vistas sob um olhar sensível aos aspectos do cotidiano dessas mulheres e de suas personalidades”, afirma Samara Raniere, a idealizadora e maraqueira no projeto.

PROGRAMAÇÃO

Dia 10/12

- 1° episódio Web Série:  Rainha do Carimbó do Paracuri - Mestra Neya das Maracas Encantadas

- 2° episódio Web série:  Rainha Neth Matinta, A filha da Mãe

Dia 11/12

- 3° episódio Web série: Rainha Guardiã do Coisas de Negro - Mestra Angela c/ participação da Mestra Cristina do Sereia do Mar, Mestra Andriele, Mestra Neth e Mestra Neya + Perfomance Maré Cheia

- 4° episódio: Podcast - Música e Bate papo com a Sereia Mestra Cristina

Dia 12/12

(Programação 100% gratuita) – A partir das 15h , no Espaço Cultural Coisas de Negro  - Lopo de Castro (Icoaraci)

Evento valoriza as mulheres no carimbó Foto: Sarah Arcângela

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