A capital paraense recebe, entre 4 e 7 de dezembro, a 15ª Mostra Cinema e Direitos Humanos (MCDH). A programação é gratuita e inclui exibições no Palacete Facciola para o público geral e, para as crianças, no Cine Líbero Luxardo, espaço da Fundação Cultural do Pará. Nesta edição, que tem como tema “Direitos humanos e emergência climática: rumo a um futuro sustentável”, as obras retratam histórias, conflitos e lutas ligadas a desastres ambientais que atravessam diversos povos e regiões em todo o país.
Entre as produções, destaques para “Pau D’Arco”, de Ana Aranha, e “Volta Grande”, de Fábio Nascimento, produções que abordam questões relacionadas ao Pará.
Realizada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, neste ano a Mostra tem parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio do Curso de Cinema e Audiovisual, e destaca o audiovisual como ferramenta de transformação social, educação e registro de lutas por direitos. Em Belém, o evento conta com apoio do Museu da Imagem e do Som do Pará (MIS PA), da Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Secult PA), da Fundação Cultural do Pará (FCP), do Cine Líbero Luxardo e da Faculdade de Audiovisual da Universidade Federal do Pará (FAV-UFPA).
A homenageada desta edição é a cineasta Sueli Maxakali, liderança Tikmũ’ũn e referência no cinema indígena contemporâneo. Seu longa “Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá” (2025), premiado no Festival de Brasília, CachoeiraDoc e Mostra Ecofalante, abre a programação. A obra retrata a busca da cineasta pelo pai, afastado da família pela ditadura militar.
FILMES E TEMÁTICAS
Com curadoria de Beatriz Furtado, realizadora audiovisual e professora do Instituto de Cultura e Arte (UFC), e de Janaina de Paula, jornalista e pesquisadora em audiovisual, a programação reúne 21 filmes divididos em quatro sessões temáticas: Terra/Nêgo Bispo, Água/Antônia Melo, Floresta/Raoni e Sessão Infantil. São obras que tratam de território, preservação cultural, conflitos agrários, biodiversidade, infância e narrativas comunitárias.
Em Belém, dois títulos ganham especial relevância. “Pau D’Arco”, dirigido pela jornalista Ana Aranha, acompanha a luta por justiça dos sobreviventes do massacre que matou dez trabalhadores rurais no Pará, expondo violações de direitos humanos e disputas fundiárias ainda abertas. Já “Volta Grande”, de Fábio Nascimento, acompanha o retorno de famílias ribeirinhas às margens do Rio Xingu após a construção da usina de Belo Monte, revelando cicatrizes profundas e a resiliência de comunidades que seguem insistindo em existir. A sessão infantil, exibida no Cine Líbero Luxardo, apresenta “Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa”, sobre um dos personagens mais clássicos da Turma da Mônica, além de curtas que convidam crianças e adultos a refletirem sobre natureza, convivência e imaginação.
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As sessões temáticas aprofundam debates sobre território quilombola, deslocamentos forçados, espiritualidade, ecologia e memória, temas centrais tanto para o Pará quanto para o debate nacional contemporâneo. Todas as sessões contam com acessibilidade em Libras e Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE) e serão seguidas de debates com convidados.
OFICINA
Antes das exibições, Belém recebeu a etapa formativa da Mostra: a oficina “Imagens do comum: cinema, educação e direitos humanos”, realizada nos dias 24 e 25 de novembro, na Faculdade de Audiovisual da Universidade Federal do Pará (FAV-UFPA). A atividade foi conduzida por Mateus Moura, educador, artista, pesquisador e produtor cultural.
A oficina integrou a programação educativa da Mostra e promoveu reflexões sobre representação, ética, território e modos de olhar. Em nove horas/aula, os participantes experimentaram práticas de criação audiovisual, exibição comentada de filmes e rodas de conversa, fortalecendo o uso do cinema como ferramenta de expressão coletiva e transformação social.
HISTÓRICO DA MOSTRA
A Mostra Cinema e Direitos Humanos é uma estratégia do Governo Federal para a consolidação da educação e da cultura em Direitos Humanos, entendendo o audiovisual nacional como forte aliado na construção de uma nova mentalidade coletiva para o exercício da solidariedade e do respeito às diferenças.
Criada em 2006, com a finalidade de celebrar o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a mostra amplia e diversifica os espaços de informações e debates sobre direitos humanos, por meio da linguagem cinematográfica, tornando-se instrumento valioso de diálogo e transformação para públicos com pouco ou nenhum conhecimento sobre direitos humanos.
PROGRAMAÇÃO
>> Dia 1 - 04/12, quinta-feira
Sessão de abertura – 17h às 20h (Auditório Palacete Facciola)
Classificação indicativa: 12 anos
Coffee Break
Solenidade + Falas institucionais
Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá (2025, 90’)
Direção: Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna
>> Dia 2 - 05/12, sexta-feira
Sessão Infantil 1 – 9h30 às 12h (Cine Líbero Luxardo)
Classificação indicativa: Livre
Amazônia sem garimpo (2022, 6’50”)
Direção: Tiago Carvalho e Julia Bernstein
No início do mundo (2025, 7’46”)
Direção: Camilla Osório
Chico Bento e a goiabeira maraviósa (2025, 90’)
Direção: Fernando Fraiha
Sessão Nêgo Bispo (Terra) – 18h às 20h55 (Auditório Palacete Facciola)
Classificação indicativa: 12 anos
Eu sou raiz (2022, 7’)
Direção: Cíntia Lima e Lílian de Alcântara
Ainda há moradores aqui (2025, 42’50”)
Direção: Tiago Rodrigues
Pau d’arco (2025, 89’)
Direção: Ana Aranha
>> Dia 3 - 06/12, sábado
Sessão Infantil 2 – 9h às 12h (Cine Líbero Luxardo)
Classificação indicativa: Livre
Ga vī: a voz do barro (2021, 10’46”)
Direção: Ana Letícia Meira Schweig e equipe
Òsányìn: o segredo das folhas (2021, 22’)
Direção: Pâmela Peregrino
Do colo da Terra (2025, 75’)
Direção: Renata Meirelles e David Vêluz
Sessão Antônia Melo (Águas) – 18h às 21h (Auditório Palacete
Facciola)
Classificação indicativa: 10 anos
Kutala (2025, 5’)
Direção: Fabio Martins e Quilombo Manzo
Rio de mulheres (2009, 21’)
Direção: Cristina Maure e Joana Oliveira
Cerrado, coração das águas: Conexão Caatinga (2025, 16’46”)
Direção: Fellipe Abreu e Luis Felipe Silva
As lavadeiras do rio Acaraú transformam a embarcação em nave de
condução (2021, 12’)
Direção: Kulumym-Açu
Volta grande (2020, 27’)
Direção: Fábio Nascimento
Rua do Pescador, Nº 6 (2025, 72’)
Direção: Bárbara Paz
>> Dia 4 - 06/12, domingo
Sessão Raoni (Floresta) – 17h às 19h (Auditório Palacete Facciola)
Classificação indicativa: 14 anos
SUKANDE KASÁKÁ | Terra doente (2025, 30’)
Direção: Kamikia Kisedje e Fred Rahal
Faísca (2025, 12’)
Direção: Barbara Matias Kariri
Grão (2020, 16’)
Direção: Adriana Miranda
Curupira e a máquina do destino (2025, 25’)
Direção: Janaína Wagner
Sessão de encerramento – 19h30 às 21h (Auditório Palacete Facciola)
Classificação indicativa: 12 anos
Sede de rio (2024, 72’)
Direção: Marcelo Abreu Góis
SERVIÇO
15ª Mostra Cinema e Direitos Humanos em Belém
Quando: De 4 a 7 de dezembro de 2025
Onde: Auditório do Palacete Facciola (Av. N. Sra. de Nazaré, 138 - Nazaré) e Cine Líbero Luxardo (Av. Gentil Bittencourt, 650)
Gratuito
Classificação indicativa: confira a programação
Realização: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Mais informações: https://www.instagram.com/mcdh.oficial/
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