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OPINIÃO

Gerson Nogueira destaca "tática Rocky Balboa" do Remo

Jornalista faz análise do time paraense e sua atuação contra o Sampaio Corrêa.

Imagem ilustrativa da notícia Gerson Nogueira destaca "tática Rocky Balboa" do Remo camera Gerson Nogueira analisa o desenvolvimento do Remo na partida e as fragilidades do Sampaio na defesa. | Samara Miranda/Remo

A tática Rocky Balboa

O Remo dos últimos jogos fora de casa lembra Rocky, o imortal lutador vivido por Stallone nas telas. Sofre uma barbaridade para ressurgir, impávido, nos instantes finais e ganhar a luta. Nem sempre dá certo – vide a relaxada atuação diante do Guarani –, mas ontem funcionou.

Um gol nascido da cobrança de um arremesso lateral permitiu ao Sampaio Corrêa começar em vantagem, ontem à noite, em S. Luís. A falha coletiva permitiu a finalização de Pimentinha no segundo pau, o rebote do goleiro Tiago e o arremate certeiro de Léo Artur para as redes.

O Remo sofreu, errou de estratégia, perdeu jogador (Victor Andrade expulso, de novo), mas se safou no final obtendo um empate com sabor de vitória. Resultado que poderia ser melhor, se a escalação não fosse tão confusa.

O desenvolvimento da partida expôs fragilidades do Sampaio na defesa, atuando com um zagueiro visivelmente lesionado e laterais que subiam muito, abrindo espaço atrás. Ocorre que a intensidade imposta pelo time maranhense acuou o Remo, provocando erros seguidos de marcação.

O Remo valorizava a posse de bola, mas fazia uma transição lenta. Em alguns momentos, deixava transparecer certo desligamento. O ataque não encontrava caminhos, principalmente porque os laterais Tiago Ennes e Raimar estavam muito ocupados em marcar os pontas adversários.

Surpreende que, mesmo diante de um adversário montado para atacar, Felipe Conceição tenha armado um meio-campo de pouca capacidade de marcação, com Marcos Jr. encarregado da proteção à zaga enquanto Artur e Siqueira ficavam liberados para ajudar nas ações ofensivas, sem qualquer benefício prático para o balanço ofensivo.

Objetivo, o Sampaio avançava com pressa e agressividade. Aos 6 minutos, Watson entrou livre pelo meio da área e mandou um chute no travessão. Eloir tentou de fora logo em seguida. Aos 12’, nasceu o gol de Léo Artur.

Mas não ficou nisso. Pimentinha, 200 anos de futebol, infernizava em contra-ataques pela direita, deixando os companheiros sempre em condição de finalização. A única oportunidade do Remo ocorreu aos 17’, quando Lucas Siqueira cruzou, a zaga falhou e Rafinha chutou em cima do goleiro.

Victor Andrade buscava o drible, mas sofria vigilância dobrada. Sem função clara, Artur girava, rodava, perdia a bola e reforçava as subidas do Sampaio. Rafinha, outra escolha inexplicável, pouco aparecia para o jogo. Gedoz mal pegava na bola e ainda errava todas as cobranças.

Aliás, Felipe e sua comissão técnica, de méritos indiscutíveis na recuperação do Remo dentro do campeonato, deveriam ministrar mais treinos de faltas e finalizações para seus jogadores. O Remo desperdiça todas as oportunidades de bola parada, seja com Marlon ou Gedoz.

A primeira etapa terminou com mais acertos (94%) de passe e maior posse de bola do Remo (52% a 48%), mas os números não expressam a verdade do jogo, pois o Sampaio foi sempre mais resoluto e vertical.

Felipe parece esperar sempre o 1º tempo acabar – mesmo com atuação pífia, como ontem – para mexer e fazer as correções necessárias. Para o 2º tempo, tirou Lucas Siqueira, Marcos Jr. e Rafinha e lançou Pingo, Mateus e Jefferson.

Obviamente, diante da desarrumação tática vista até então, o time melhorou, mas fica a pergunta óbvia: por que esperar 45 minutos para botar em campo a melhor formação?

Tocantins custou muito a entrar. Coisa inexplicável para um jogador tão decisivo. Foi lembrado a 12 minutos do fim. Substituiu o imexível Artur. E, como era previsível, o empate salvador veio pelos pés do atacante, aos 42’, em arrancada pela esquerda e chute forte no ângulo.

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O Remo precisou passar por uma via-crúcis no primeiro tempo para que as substituições ocorressem, consertando erros básicos. A marcação frouxa à frente da área foi sanada com a entrada de Pingo. A saída pela direita, onde Artur fazia número, passou a existir com Jefferson.

Mesmo Mateus Oliveira, ainda sem ritmo, deu outra dinâmica à transição na meia-cancha. Gedoz saiu para que Felipe reorganizasse a linha de defesa com Kevem no meio e Marlon na lateral esquerda.

Na verdade, a essa altura do pagode, as coisas começavam a se encaixar, mas aí Victor Andrade acertou a perna de Pimentinha, recebendo o merecido cartão vermelho. Segunda expulsão dele em três jogos – na primeira, contra o Avaí, ele foi excluído quando já havia saído de campo.

Nos instantes finais, quando Tocantins prendia a zaga do Sampaio, o Remo foi dominante contra um adversário esfacelado taticamente, o que reforça a impressão de que era possível ter imposto um jogo para vencer a partida, sem os atropelos causados pela desarrumação inicial.

Alguns pontos merecem análise. Rafinha no ataque, com a premissa de que será mais um a contribuir com a recomposição, é mera ilusão. Não recompõe e nem agride a linha adversária. Artur não guarda posição, aparece como falso ponta, mas não rende e mesmo assim segue titular.

Gedoz precisa ser definido taticamente no Remo. Ou é meia de ligação ou centroavante de ocasião. No modelo atual, ele zanza pela intermediária adversária sem atuar em nenhuma das duas funções.

A arbitragem confusa chegou a dar pênalti contra o Remo no 1º tempo, mas houve impedimento no lance. Depois, Tiago se arriscou ao tentar desarmar Pimentinha junto à linha de fundo. Contagiado pela insegurança da zaga, o guardião parecia nervoso e errou até cobranças de tiro de meta.

Diante de tudo o que ocorreu na partida, o empate terminou sendo um resultado fantástico para o Remo, que só atuou bem nos 15 minutos finais.

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